Friday, March 26, 2004

O treinador do SPORTING

Confesso que estou farto do treinador do SPORTING. Aliás, estou farto desde o dia em que ele foi contratado. Não sou adivinho mas tive o pressentimento de que isto ia acontecer: um treinador que não tem «mãos» para levar a equipa. Não se trata de embirração com o personagem que até acho correcto e cordial. Trata-se apenas de sempre ter achado que ele nunca tinha demonstrado reais capacidades para treinar uma equipa como a do SPORTING ou como qualquer outra que lute pelo título.
Como se não bastasse a prestação desportiva da equipa que, ao contrário do que ele diz, não é boa mas sim péssima: eliminados da Taça de Portugal e da Taça UEFA por duas equipas inferiores, com o 2º lugar no campeonato em risco e com exibições verdadeiramente pobres, ainda temos que aturar as suas declarações. Declarações estas que, à medida que as coisas vão piorando desportivamente, se vão tornando cada vez mais descabidas e despropositadas. Não vale a pena estar aqui a enumerar, porque isso até incomoda.
O que está mal no meio de tudo isto é percebermos que a equipa do SPORTING está sem rumo, em termos de futebol jogado, tal como estava no início da época, e algumas exibições razoáveis não chegam para contrariar isto. E fica tudo muito pior quando vemos que o indivíduo que, literalmente, não conseguiu nada de positivo esta época já anda a falar da próxima e da construção de uma equipa europeia e mais não sei quê. Mas ele não percebe que ainda não garantiu o 2º lugar? E que este 2º lugar não passa de um consolo? O que foi esta época? Transição? Mas transição para quê? Por que carga de água é que temos que lhe proporcionar «épocas de adaptação» não se sabe muito bem para quê? A SAD proporcionou-lhe condições de trabalho, sobretudo em termos de aquisições, de que poucos treinadores que passaram poderam usufruir.
E a imprensa tem muita culpa disto: qualquer outro treinador do SPORTING, sobretudo se fosse estrangeiro, estava sempre a levar recados de por em sentido. Mas a este não. A imprensa trata de arranjar umas oblíquas estatísticas que mostram que este treinador fez uma das melhores épocas dos últimos anos. Mas quem é que pensam que podem enganar. Esta história de haver treinadores portugueses com uma protecção doentia por parte da comunicação social só demonstra a falta de profissionalismo do jornalismo desportivo português.

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