Situação do SPORTING
As coisas não estão bem. Quer com a equipa de futebol, quer com a equipa que dirige o clube. As vitórias que vão surgindo têm o efeito de desviar um pouco a atenção. Só que varrer para debaixo do sofá esconde mas não elimina. E, desde que a época começou, o SPORTING, sobretudo os seus dirigentes, têm andado a «varrer para debaixo do sofá» para ver se a coisa se vai aguentando.
No dia 22 de Setembro de 2004 escrevi aqui um post em que achava que o despedimento da equipa técnica e a convocação de eleições no clube, com as consequentes mudanças na SAD, seriam duas medidas positivas. Os meses passaram e acho que não me enganei. Correndo o risco de ser injusto com generalizações, esta equipa técnica mostra-se incapaz de tornar a equipa lutadora, eficiente e determinada como devem ser as que querem ganhar, e os dirigentes entraram numa espiral de disparates que vão colocando em causa, inclusivé, o bom nome do clube.
Quanto à equipa técnica, o resultado está à vista: a equipa não rende o que devia e não estou a ser demasiado exigente. Este campeonato está tão alinhado por baixo que, o SPORTING, com um bocadinho mais de qualidade - perfeitamente ao alcande com as condições actuais - estaria neste momento a liderar com 10 pontos de avanço. Mas em vez disso temos uma equipa que, sempre que tem a possibilidade de assumir a liderança, foge dela «como o diabo da cruz». Já sei que há cabeças que entendem que isto é não apoiar a equipa mas eu não acho nada disso. Entendo que apontar o que está mal é uma importante forma de apoio, sobretudo quando as coisas estão mesmo mal.
Quanto à direcção, aí parece que há factos novos... ou talvez não.
Comecemos pelo supremo disparate que foi a assinatura daquele «acordo» com o Benfica. Antes de analisar os consequências, atentemos no objectivos: para que serve este acordo? Para nada. Não passa de um conjunto de vagas intenções que qualquer pessoa de bom-senso debitaria em qualquer circunstância, o que faz dele um acordo inócuo porque, à partida, se sabe que não vai ter eficácia nenhuma. Porque não é com reuniões de dois dirigentes, e mais um que não foi porque estava doente, no foyer de um hotel que se resolvem os problemas do futebol português. E já nem refiro o facto de um dos patrocinadores da dita reunião - LFV - ser um dos principais responsáveis pela eleição dos actuais dirigentes do futebol profissional; na altura ele até achava que isso era mais importante do que contratar jogadores. Será que Dias da Cunha ainda se lembra disto? Dirão que Dias da Cunha foi porque quis e que LFV não o obrigou a nada. Certíssimo. Mas o que me interessa é saber o que passou pela cabeça de Dias da Cunha fazendo-o alinhar em semelhante palhaçada - o termo mais adequado que eu encontro para referir a tal reunião.
E quanto às consequências da reunião? Aí é que está a questão. Uma espécie de pacto de não-agressão verbal em que os dirigentes se coíbem de comentar as arbitragens dos jogos entre esses clubes. E o SPORTING foi logo o primeiro a ser prejudicado com os seus dirigentes a ficarem ostensivamente calados perante a péssima arbitragem de António Costa que, praticamente, nos custou a Taça de Portugal. É tão rídiculo que nem merece mais comentários.
Mas há mais: o direito de opção por Nuno Assis. Não sei se devíamos ter accionado a cláusula de modo a ficarmos com o jogador. Mas sei que foi uma atitude verdadeiramente disparatada, por parte do SPORTING, abdicar muito antes do prazo facilitando a inscrição do jogador por parte do SL e Galinhas. Nem quero dizer aqui algumas das palavras que vêm no diccionário para caracterizar isto, por respeito ao clube.
Mas ainda há mais. Nós julgávamos que os dirigentes do SPORTING constituíam uma equipa, com áreas de actividades distribuídas pelas pessoas. Nada disso. Dirigentes do clube, com responsabilidades em matéria de futebol, só tiveram direito a saber do tal acordo pela televisão e pelos jornais, tal como todos nós. Que interessante concepção de equipa... E, já agora, porquê este secretismo todo?
E depois ainda há o que não sabemos ou só vamos sabendo aos poucos. E talvez venhamos a saber em breve, espero.
Uma coisa se extrai: as coisas não estão a funcionar normalmente. Ou, pelo menos, não foi esta a decisão dos sócios nas urnas de voto, durante as últimas eleições. E eu volto ao início: uma direcção que hipoteca os interesses do clube, após um jogo em que este foi prejudicado, em nome de um acordo com um clube onde é proeminente dirigente um indivíduo como José Veiga - será que já se esqueceram do Jardel? - é uma direcção que não merece confiança para prosseguir ao comando dos destinos do clube.
Como sócio do SPORTING - com o máximo de votos - e accionista da SAD, manifesto deste modo um voto de desconfiaça perante esta direcção. Sei que isto não serve para nada. E até sei a cartilha a que Dias da Cunha vai recorrer para calar as críticas. Mas os interesses do SPORTING, em consciência, obrigam-me a isso.
E finalizo com uma palavra de solidadriedade para Ribeiro Telles e também para José Eduardo Bettencourt. Porque tenho alguma memória e sei que o que se está a passar também tem que ver com a sua saída.
VIVA O SPORTING, SEMPRE!
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