Wednesday, January 31, 2007

O poder de Pinto da Costa

Já pouco me espanta no futebol português. Ainda assim não esperava que a capacidade de mobilização de Pinto da Costa fosse tão grande. Montou uma estratégia de defesa que, até à data, lhe corre às mil maravilhas. Perante uma situação de aperto como aquela em que se encontra, persiste em perverter o processo judicial, secundado pela sua arrogância e verborreia.
Vejamos. Foi constituído arguido. Logo no dia seguinte todos os jornais traziam escarrapachada a decisão. Que era precisamente o que ele queria. A sua estratégia, por agora, passa por tentar descredibilizar ao máximo todo o trabalho de investigação policial que está a ser feito. Uma fuga de informação assim tão rápida é para ele ouro sobre azul: veio logo dizer que estava muito incomodado com a situação e de seguida aproveitou para desbobinar toda a sua cassete sobre as falhas e incoerências do sitema judicial. Os comentadores e opinadores que arregimentou - já lá iremos - trataram logo de centrar a questão, não nos factos, mas sim na própria fuga de informação. Quem sabia que ele tinha sido constituído arguido? Maria José Morgado, a sua equipa e os advogados dos arguidos, entre os quais o advogado de Pinto da Costa, claro. Não sei onde teve origem a fuga. Sei apenas que o advogado de Pinto da Costa e, por consequência ele próprio tiveram acesso à informação. Quem foi? Não podemos afirmar. Mas podemos pensar com os dados que temos. E podemos tentar perceber quem é que ganha com a fuga de informação.
Depois vem toda a campanha que está a ser - com alguma subtileza, diga-se - montada por essa espécie que abunda no futebol: os comentadores identificados com os respectivos clubes. Neste aspecto temos visto toda uma estratégia de descredibilização de Maria José Morgado, do sistema judicial em geral, de Carolina Salgado e de todos aqueles que se atrevem a declarar qualquer coisa sobre o caso. Não vale a pena estar aqui a enumerar o que estes comentadores têm feito neste sentido. A título de exemplo prestem atenção ao que Miguel Sousa Tavares e aquele Rui qualquer-coisa que fala naquele programa da RTPN têm dito acerca do assunto. Nos últimos dois meses não têm feito outra coisa senão menorizar tudo o que a justiça, no meio de inúmeras dificuldades, tem tentado apurar. E é por isso que acho que a estratégia lhes tem corrido às mil maravilhas: vejam a habilidade com que eles, no meio deste lodaçal que dura há anos, conseguem puxar sempre a história do famigerado jogo contra o Estrela da Amadora. Como se a causa principal da investigação a Pinto da Costa fosse a merda desse jogo do qual já ninguém se lembra. É o que Pinto da Costa quer: percam tempo a falar de um jogo sem história que é para que não se falem de todas as outras histórias como as classificações dos árbitros, os relatórios dos observadores, a escolha das listas para a Federação e Liga, as promoções dos árbitros, as relações pessoais de Pinto da Costa com árbitros, etc. Mas nada: para os opinadores portistas tudo isto não passa de uma grande infâmia que andam a fazer a Pinto da Costa por causa do tal jogo com o Estrela.
Bem emblemática desta campanha toda é o que se está a passar depois da derrota com o Leiria. Num jogo em que o Porto não tem razão de queixas – Quaresma é bem expulso e a tal penalidade sobre Postiga é daquelas que só mesmo Martins dos Santos e os irmão Cangalheiros é que assinalariam penalidade - arma-se um estendal como se fosse verdade o facto de o Porto ter sido prejudicado. O que se passou foi que a equipa do Porto assumiu a sobranceria típica do seu treinador e deu-se mal. Tudo ficaria por aqui. Mas não. Estão à espera de colher dividendos disto nos próximos jogos: o árbitro que for apitar o próximo jogo do Porto vai estar farto até à raiz dos cabelos de ouvir falar nos hipotéticos prejuízos contra o Leiria.
Os que julgam que é desta que Pinto da Costa entra nos eixos e que o futebol português passa a viver conforme as leis vigentes num estado de direito, subestimam o poder do homem. O que vamos ver é Maria José Morgado sair pela esquerda baixa, a justiça colocada em causa e Pinto da Costa aclamado como vítima. É Portugal… no seu pior.

Monday, January 29, 2007

Já agora, uma vitória contra o Boavista tinha dado jeito

O SPORTING não soube aproveitar a derrota do Porto para se aproximar do primeiro lugar. Mais uma pálida exibição que nos deixa um pouco insatisfeitos com o rendimento da equipa. A arbitragem tendenciosa do conhecido larápio Benquerença não serve de desculpa. Temos que jogar muito melhor.

Federer arrecadou o Australian Open, como já estávamos à espera.

Tiger Woods fez o mesmo no Buick Invitational. Óptimo início de época.

A selecção de rugby deu mais um passo na caminhada para o Mundial de 2007. Derrotou Marrocos e segue para a disputa de um derradeiro play-off contra o Uruguai. Estamos quase.

Friday, January 26, 2007

Parvinho da Semana

"Não conheço Andrés Madrid."
Jesualdo Ferreira

Tuesday, January 23, 2007

O homem está de volta

E é para ganhar. Depois de ter estado ausente dos três primeiros torneios do US PGA Tour, Tiger Woods regressa à competição. É de aproveitar; para podermos um dia mais tarde recordar que fomos contemporâneos do Tiger e do Federer, duas das mais fantáticas máquinas desportivas de sempre.

Monday, January 22, 2007

Fim de Semana

Em jogo que eu não vi o SPORTING derrotou por 2-1 o Rio Ave. Cumpriu a obrigação.

Já Lucílio Batista, não sei se foi por obrigação ou não que eliminou o Leiria, mas lá que fez uma bela exibição isso fez. Aguardamos para ver o que o sorteio lhe vai ditar para a próxima eliminatória.

A nossa equipa de Futsal venceu o clube do colombo por 2-1. Justo.

Ronnie O'Sullivan venceu Junhui (10-3) e alcançou o seu terceiro Masters. O'Sullivan jogou como há muito não se via, sobretudo depois do susto de ter visto o chinês ganhar os dois primeiros jogos. O chinês, a continuar assim, vai ser número um num instante. É certinho.

Portugal venceu a Grécia em Andebol (24-20) e apurou-se para o play-off que poderá dar acesso ao Europeu de 2008. Não foi um jogo fácil. Aos gregos bastava o empate e eles souberam jogar com isso. Sobretudo na 2ª parte a nossa equipa mostrou grande qualidade de jogo e acabou por obter a justa vitória.

Portugal venceu Marrocos em Rugby (10-5) e deu um passo importante na saga das repescagens para o Mundial de 2007. Ganhando a 2ª mão aqui em Portugal, no próximo sábado, teremos a oportunidade de discutir o acesso com a selecção do Uruguai. Seria um grande feito.

Monday, January 15, 2007

Chatice

O SPORTING empatou em Belém, num jogo em que não seria de admirar se tivesse perdido: um remate para golo em 90 minutos... não há milagres.
Como seria de esperar, a prolongada paragem fez mossa na equipa; bastou ver o comportamento do Alecsandro, por exemplo, para se perceber porquê. A juntar à má forma física da maioria dos jogadores ainda temos que levar com «cenas» como as do Carlos Martins e do Nani, o que dificulta o trabalho do treinador. O plantel é curto e o recurso a juniores de 18 anos a meio do campeonato, mais do que uma aposta na juventude, é uma tentativa de desenrascar falhas do plantel.
Acho - se calhar estou a exagerar - que há por ali estrelismo a mais. Seria bom que quem tem a obrigação de dirigir saiba colocar e vincar a ideia de que os interesses do SPORTING estão acima de qualquer capricho individual. E, por agora, nem quero acreditar que haja quem já esteja a pensar no contrato da próxima época noutro sítio qualquer. Aguardemos.

Friday, January 12, 2007

Deixa-me lá olhar para a tabela para ver como é que as coisas tinham ficado

Portugal vai voltar a ter campeonato de futebol. Ausente em parte incerta durante quase um mês, as equipas, se assim se pode chamar, preparam-se para fingir que entretanto não se passou nada e que está tudo bem em termos de competição. Alguns jogadores terão que voltar a ser apresentados porque já se esqueceram do nome dos colegas mas isso não é nada que não se resolva. O que importa é que toda a gente directamente implicada no futebol gozou o Natal em paz e sossego sem ter que se massar com o trabalho. Acho que todos os outros portugueses também gostavam de ter parado um mês durante o Natal: andar às compras nos shópingues é cansativo e não são só os futebolistas e os dirigentes desportivos que precisam de descansar, mas isso é outra história.
Só não sei é se os dirigentes dos clubes responsáveis pelo pagamento dos vencimentos terão gostado de ter tido um mês sem receitas de bilheteira, ainda por cima com o acréscimo do subsídio de Natal para pagar. Mas não vale a pena estragar o espírito da quadra com estes pormenores. Esta semana voltam os jogos e as respectivas polémicas e toda a gente fica muito contente como se nada de errado se tivesse passado. Deve ser isto que eles entendem por profissionalismo.

O SPORTING vai a Belém na luta pelos três pontos. Força pessoal, não vai ser fácil.
Beverly Hills contrata Victoria Beckham

Uma grande contratação para todos os lojistas, costureiros, joalheiros, estilistas e outros istas do género: Victoria Beckham, uma estrela internacional da arte do aparecer, muda-se para um dos sítios onde a actividade atinge os seus mais elevados níveis de prática. Por lá ficou toda a gente muito satisfeita com a contratação. Trata-se do tipo de jogadora para a qual há sempre lugar neste género de equipas.
Parece que vão pagar um salário elevadíssimo ao marido da Victoria a fim de ele dar uns pontapés na bola, actividade que os perspicazes lá do sítio chamam soccer. Desse dinheiro, a Gucci, a Prada e restante malta da agulha e do dedal ficarão com uma parte avultada.
E pelo meio ainda há a vantagem dos europeus que gostam de futebol deixarem de aturar as mariquices do marido da Victoria.
A contratação do ano, sem dúvida.

Thursday, January 11, 2007

Em Aveiro está em exibição um filme que já passou em Faro

Lembram-se daquele espanhol, dono de uns supermercados, que aqui há uns anos comprou parte substancial das acções do Farense?
Prometeu mundos e fundos, craques, estádio novo e por aí fora.
O que é que é feito do Farense, sabem?
Assim como quem não quer a coisa

Será que a Maria José Morgado viu os últimos cinco minutos do jogo Porto-Atlético?

Monday, January 08, 2007

Pepe na selecção

E porque não o David do Atlético que também é brasileiro?

Friday, January 05, 2007

Politização

O presidente do clube onde Nuno Assis joga, aproveitando também a falta de futebol jogado, resolveu armar uma das suas típicas peixeiradas folclóricas. Mais uma que, para não fugir à regra, serve apenas ganhar tempo de antena, satisfazendo assim a sua saloia vaidade pessoal. Baixa o nível da linguagem, como ele gosta, porque só deste modo é que ele se sabe comportar. Tem aquele problema de se dar muito mal com as mais elementares regras da convivência civilizada. Nada a fazer.
Como é tão idiota e descabida toda a rábula apresentada nem vale a pena tentar avaliar os argumentos, até porque o presidente da instituição não apresenta argumento nenhum, e nem sequer sabe o que isso é. Em relação à situação do jogador apenas há a dizer que se ele jogasse num clube dirigido por gente inteligente, tinha cumprido o mês de castigo que lhe faltava cumprir e já estava a jogar há muito, com todo o assunto definitivamente encerrado. O azar de Nuno Assis foi ser jogador da «instituição», esquecendo-se que lá a regra é fazer barulho por tudo e por nada porque todo o barulho é bom para desviar as atenções daquilo que interessa. Como protestaram sem razão, o que agora aconteceu nem é nada de estranhar. A paciência para aturar malta com o «complexo carapau-de-corrrida» não é muita e há pessoas e instituições - como o laboratório de anti-dopagem, por exemplo - a quem não interessa ir por esse caminho. Azar do Nuno Assis.
De novo, apenas a acusação apontada ao secretário de estado do desporto, de que ele está a fazer uma politização do caso - onde a coisa já vai!
Mas se é assim... politizou, está politizado e mainada. Termino porque agora tenho que ir ali a um determinado compartimento da minha casa fazer uma politização que só eu posso fazer por mim.

Thursday, January 04, 2007

Podem ir por uma estrada nacional

Devido à falta de assunto propiciada pela longa paragem nas competições nacionais, os árbitros arranjaram maneira de continuar a ser o centro das atenções, facto, aliás, que lhes dá muito gozo.
Desta vez, parece que querem aumento de salário e estão dispostos a avançar para uma greve. Eu acho bem. No meio dos muitos disparates com que os dirigentes da arbitragem nos têm servido com tanto protesto, a sua ausência dos estádios, devido à tal greve, é a única coisa que se aproveita. Seja por que motivo for, é sempre bom para o futebol português ver os árbitros bem longe dos estádios. Poupam-nos, por uns tempos, às suas artimanhas usuais.
Com as reclamações que eles fazem nem vale a pena perder muito tempo. O pouco de sensato que poderiam reclamar é logo abafado por reivindicações estapafúrdias - a maioria delas - próprias de quem ainda não percebeu bem o que é ser árbitro de futebol, o que é que deve dar origem a uma greve, o que é a realidade de gestão do futebol português e quais os direitos que se podem reivindicar face a uma actividade profissional secundária, tipo part-time. Destaco aquela da proibição de "tanta transmissão televisiva de futebol ao fim-de-semana". Mais do que anotar a estupidez que é vermos os árbitros a dar bitaites sobre programação de televisão, o que é mais misterioso é o facto de não nos explicarem como é que a redução desse número de transmissões constitui motivo para ser referido pela APAF como uma medida positiva para a arbitragem portuguesa. Eles lá saberão.
E como não quero ser apenas crítico dos árbitros, termino com uma sugestão: se não lhes querem pagar as portagens da auto-estrada, resta-lhes sempre a possibilidade de irem por estradas nacionais. Fácil, não?