Tuesday, February 21, 2006

SPORTING – Ponto da Situação I


Dou hoje início a uma série de posts sobre o que na minha opinião se vai passando com o SPORTING.

Começo por aquilo que me parece o mais importante a debater no futuro imediato – a Assembleia Geral de 25-02-06. Esta Assembleia Geral não será certamente o assunto mais importante no momento em que se encontra o SPORTING mas é aquele ao qual temos que dar uma resposta breve porque faltam poucos dias para a sua realização.
E esta Assembleia Geral está, à partida, inquinada. Não concordo com os termos nos quais ela foi convocada porque ela não é mais do que uma consulta à posição dos sócios face às ideias de um candidato. Soares Franco já afirmou que vai apresentar o seu projecto de modo a poder perceber – através da Assembleia Geral – se os sócios estão com ele. Afirma que se aí verificar que não tem os suficientes apoios desiste da sua candidatura. Isto além de uma chantagem é uma violação das regras democráticas. Chantagem porque coloca os sócios perante uma inevitabilidade: “ou fazem como eu quero ou então vou-me embora e fica o clube entregue ao caos porque eu e os meus comparsas o deixámos à beira da falência”. E é uma violação das regras democráticas porque aos outros candidatos não é dada a possibilidade de também usufruirem de uma Assembleia Geral onde possam expor as suas ideias e indagar acerca da posição dos sócios.
Quanto ao conteúdo tenho a dizer que acho absolutamente errado que os sócios sejam levados a decidir nesta altura sobre matérias tão sensíveis. Convém não esquecermos que estamos perante uma direcção interina que se devia resumir apenas à gestão dos superiores interesses do clube sem entrar por campos estratégicos como o da alienação do património. Tudo ao contrário: decisões como estas deveriam ser tomadas apenas no quadro de uma direcção eleita de pleno direito. Afinal de contas é para isso que se convocam eleições, apresentam listas e se anuncia um programa a cumprir. Resumindo: Soares Franco que se preocupe, neste momento, em apresentar detalhadamente as suas propostas de gestão para que os sócios possam saber com o que devem contar. Tal como todos os outros candidatos. Inadmissível é que haja candidatos favorecidos no âmbito do processo eleitoral. Lamento que Galvão Telles esteja neste momento hospitalizado e aproveito para lhe desejar as rápidas melhoras. Era ao presidente da Mesa da Assembleia Geral que eu gostava de ouvir alguma coisa sobre o assunto.
Sendo assim, entendo que esta Assembleia Geral não é mais do que uma estratégia eleitoral de Soares Franco e do grupo que o sustenta. Ela, ao contrário do que nos querem fazer crer, não é um momento para decisões importantes da vida do clube – porque essas só deverão poder ser tomadas depois das eleições pela lista democraticamente eleita. Isso, a que erradamente se está a chamar de Assembleia Geral, é mais uma etapa eleitoral da lista de Soares Franco, e ainda por cima disfarçada: pretende-se saber em que ponto se encontra a posição dos sócios face às informações deliberadamente confusas que vão saltando para a comunicação social a conta-gotas acerca da “situação catastrófica” em que o clube se encontra.
Perante esta situação, eu que ainda não decidi em quem vou votar nas eleições – mesmo que quizesse decidir não podia porque ainda não sei quem são os candidadtos – recuso-me a participar.
Esta suposta Assembleia Geral, pelas razões que acima enumerei, é um comício da lista de Soares Franco. E eu não gosto de comícios, muito menos naquela que é a associação de que muito me orgulho de fazer parte – o SPORTING CLUBE DE PORTUGAL, meu clube desde o dia em que nasci. Não participarei, portanto, na referida assembleia. Como estou a ser lido por gente inteligente, entendo que não devo explicar muito mais porque é que a minha ausência não é demissão de posição perante o que se passa no meu clube. Não me imagino a assistir ao PowerPoint que Soares Franco nos pretende escarrapachar na cara e no fim ter que levantar o braço para dizer se sim ou não. Porque face ao que me é agora apresentado, nem SIM, nem Não. O que eu, bem como todos os outros sócios, queremos é que apareçam listas, apresentem projectos para que tranquilamente e em consciência possamos decidir. Esta extemporânea assembleia, tal como nos é apresentada, é coacção: hora e meia para que se decida entre o “salvador projecto” de Soares Franco e o resto. Para isso não contem comigo. Estarei presente sempre que for preciso. Mas não alinho em “vagas de fundo” artificialmente criadas.

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