Cidadania leonina
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Friday, April 28, 2006
Thursday, April 27, 2006
Está a começar e já enjoa
Como contribuinte fiscal - com tudo em dia - também devo poder dar a minha opinião acerca desta novela mexicana com personagens brasileiros, ingleses e portugueses. Ou não é verdade que, embora por via indirecta, há dinheiro do orçamento de estado a pagar a equipa técnica nacional?
Se o presidente da FPF fosse capaz de tomar atitudes como a grande maioria das pessoas fazem, mandava este sr. Scolari calar-se com os seus negócios pessoais enquanto estiver a ser pago para treinar a selecção portuguesa. Quando o seu contrato acabar então que fale da sua vidinha com quem lhe apetecer e quando lhe apetecer, mas longe daqui, s.f.f.
Como contribuinte fiscal - com tudo em dia - também devo poder dar a minha opinião acerca desta novela mexicana com personagens brasileiros, ingleses e portugueses. Ou não é verdade que, embora por via indirecta, há dinheiro do orçamento de estado a pagar a equipa técnica nacional?
Se o presidente da FPF fosse capaz de tomar atitudes como a grande maioria das pessoas fazem, mandava este sr. Scolari calar-se com os seus negócios pessoais enquanto estiver a ser pago para treinar a selecção portuguesa. Quando o seu contrato acabar então que fale da sua vidinha com quem lhe apetecer e quando lhe apetecer, mas longe daqui, s.f.f.
Monday, April 24, 2006
SPORTING - Vencedor da Taça de Portugal / Futsal
Quase não é notícia nos jornais desportivos, nem nos gerais, mas aconteceu. Deve ser por falta de espaço. Não acredito que seja apenas para passar ao lado de mais uma derrota do derrotado. Parabéns aos vencedores.
Quase não é notícia nos jornais desportivos, nem nos gerais, mas aconteceu. Deve ser por falta de espaço. Não acredito que seja apenas para passar ao lado de mais uma derrota do derrotado. Parabéns aos vencedores.
A saga continua
Mais um capítulo da majestosa campanha destinada a colocar o clube do galinheiro na Liga dos Campeões.
Vale tudo. Desta vez, mais dois gatunos disfarçados de árbitros de futebol apareceram em Alvalade com o objectivo de prejudicar o SPORTING. Isto não significa que tenham ajudado a Naval; em matéria de despromoção o Paços de Ferreira é quem está nas graças dos homenzinhos do apito.
Desta vez tivemos um energúmeno, de nome Resende, que é dos que nem categoria tem para disfarçar a aldrabice que o motiva. Ajudado por um rídiculo bandeirinha que armou para lá uma coreografia a imitar aqueles tipos que dançam ao lado dos cantores pimba. Pegou moda nos árbitros essa treta dos reality shows. Estes ladrões têm que pagar por aquilo que fizeram. Se não, abram imediatamente as portas de todas as cadeias porque é uma injustiça para os que lá estão dentro. Se isto não fosse a sério, dava para rir, lá isso dava.
Mais um capítulo da majestosa campanha destinada a colocar o clube do galinheiro na Liga dos Campeões.
Vale tudo. Desta vez, mais dois gatunos disfarçados de árbitros de futebol apareceram em Alvalade com o objectivo de prejudicar o SPORTING. Isto não significa que tenham ajudado a Naval; em matéria de despromoção o Paços de Ferreira é quem está nas graças dos homenzinhos do apito.
Desta vez tivemos um energúmeno, de nome Resende, que é dos que nem categoria tem para disfarçar a aldrabice que o motiva. Ajudado por um rídiculo bandeirinha que armou para lá uma coreografia a imitar aqueles tipos que dançam ao lado dos cantores pimba. Pegou moda nos árbitros essa treta dos reality shows. Estes ladrões têm que pagar por aquilo que fizeram. Se não, abram imediatamente as portas de todas as cadeias porque é uma injustiça para os que lá estão dentro. Se isto não fosse a sério, dava para rir, lá isso dava.
SPORTING CLUBE DE PORTUGAL - Eleições
Aguardei alguns dias até que os anunciados candidatos formalizassem as suas candidaturas. Deste modo pretendo referir-me aqui às ideias e objectivos anunciados pelos candidatos em vez de comentar intenções dispersamente atiradas para os meios de comunicação. Tomo como fonte as informações referidas pelas respectivas candidaturas.
Guilherme Lemos
Não conheço muito bem este candidato; sei que já foi dirigente do Estrela da Amadora e pouco mais. Nem sequer tinha ideia dele como pessoa tão interessada pelos destinos do SPORTING. E nisso não há mal nenhum. O que para mim é problema é aquilo que G. Lemos vem dizendo. O prospecto distribuído pela sua candidatura não é esclarecedor acerca do que ali está em causa. Começa logo por incorrer no erro de não ser minimamente claro: confunde diagnósticos com soluções e fala em projectos (conceito que não é o meu preferido) em vez de objectivos (o que eu gostava mais que os candidatos utilizassem). No que respeita a medidas concretas que G. Lemos pretende concretizar é o vazio total: são referidas intenções difusas sem nenhuma sustentação em termos práticos. Capazes de serem ditas por qualquer sócio mas que, por serem de tal modo vagas não significam nada de concreto. “Devolver o SPORTING aos sócios”; “Um SPORTING universal que seja o orgulho de todos os sportinguistas” e “Fortalecer a mística do SPORTING” são frases de tal modo vagas que não indicam nada acerca do que seria a gestão do clube. E muito menos justificam uma candidatura à presidência do clube. Se não fosse assim qualquer sócio se candidatava porque qualquer sócio pretende “fortalecer a mística do SPORTING”, por exemplo. No que respeita ao item intitulado “Actividade Económica”, esta candidatura é de uma pobreza colossal. Aponta duas medidas para a solução deste problema: “Recuperação e fidelização dos sócios” e “Campanha de angariação de novos sócios junto da nossa juventude”. Custa-me a acreditar que G. Lemos seja tão ingénuo ao ponto de crer que a “actividade económica” do SPORTING tem o seu core business na admissão de sócios. Como candidato, G. Lemos devia saber que as quotizações não são financeiramente suficientes para a sustentabilidade de um clube como o SPORTING. Os problemas económicos e de tesouraria do SPORTING têm que ser resolvidos de outro modo. Se G. Lemos não percebeu isto então é porque não percebeu nada do que é a gestão de um clube com a dimensão do SPORTING. Eu também desejo que o SPORTING tenha mais sócios e fidelize aqueles que já possui; mas não estou à espera que 80 mil pagantes (o que seria um óptimo nº) seja panaceia para os nossos males. O incremento de sócios é positivo. Mas é para os ter no estádio, a comprar artigos do clube, a apoiar as várias equipas do clube, a participar nos órgãos de discussão do clube e a viverem o clube. Isto contribuirá para a questão económica, mas não é por si só a solução. Apontar estas medidas revela, para mim, que este candidato não tem mais ideia nenhuma acerca da sustentabilidade financeira do clube, o que é muito mau para um candidato a presidente. Nem sequer vou comentar tópicos soltos que aparecem no prospecto como “Símbolos do clube”; “Velhas glórias” e “Provedor do sócio”. Não passam de frases vagas a apelar a um certo sentimentalismo dos sócios mas que não querem dizer nada. Mas não me dispenso de comentar este: “Formar homens”. G. Lemos deve julgar que o SPORTING é a tropa e a Academia deve ser um misto de recruta com internato juvenil. Completamente errado. Dos jovens atletas fazem-se grandes atletas quando a estrutura que os forma é organizada e tem objectivos claros, não só a nível desportivo, coisa que eu não acredito que G. Lemos seja capaz de implementar. Quanto às pessoas que G. Lemos indica não tenho nada a dizer porque não as conheço (o que é capaz de não ser bom sinal). E não tenho muito mais a referir: isto é para mim uma candidatura para marcar posição, sobretudo nos meios de comunicação e não para vir a dirigir o clube. Espero que tenha uma votação baixíssima apenas para demonstrar que os sócios do SPORTING sabem o que querem. Se há 50 anos isto bastava para se ser candidato, hoje não. E ainda bem.
Abrantes Mendes
Para perceber o que esta candidatura tem para dizer socorri-me do site oficial. Dispenso-me de comentar outra vez a salgalhada que aquilo é: nem é bom lembrar. A candidatura de A. Mendes – sem querer, ou talvez não – incorre no mesmo erro de misturar diagnóstico com objectivos a concretizar. O que eu acho que acontece porque se pretende lançar confusão na cabeça dos sócios. Vejamos: que sentido é que faz colocar a frase “Connosco não haverá delegações em gente que só se tem aproveitado do Clube!” na lista de objectivos? Um objectivo não é aquilo que se pretende realizar? Que raio de objectivo é este? Vamos à questão financeira: começa logo com uma contradição. A. Mendes diz que “Com tudo o que foi referido, o Sporting está hoje nas mãos de instituições bancárias e de algumas pessoas que nada têm de sportinguistas mas que se têm servido da “marca“ Sporting para movimentar valores que o Clube não tem mas que vai ter de pagar!” e depois vem dizer que “Iremos falar com a Banca para conhecer quais são os compromissos assumidos pelo Clube, porque queremos encontrar as melhores soluções para os respeitar”. Em que é que ficamos? Vão retirar o clube das “mãos da banca” e depois de onde vem o dinheiro? A. Mendes devia saber que este tipo de declarações, embora no imediato satisfaçam os ouvidos de alguns sócios, são perigosas porque começam logo por colocar o clube numa posição de inferioridade com a banca com a qual tem que negociar. Diz que “retira o clube das mãos da banca” e anuncia como trunfo eleitoral a possibilidade de contratualizar mais um empréstimo bancário de 20 milhões de euros… Acho bom que se decida: ou sim ou sopas – ou será que acha uma coisa de manhã e outra à tarde? A não ser que A. Mendes rompa todos os acordos financeiros com os bancos e apareça com o dinheiro necessário. Se conseguir fazer isso, que patenteie imediatamente a fórmula porque há milhões por esse mundo fora que não se importavam nada de deixar de estar nas mãos dos bancos, continuando a ter casa, carro, dinheiro para sustentar a família e, se possível um extra para as férias. Isto para mim não passa de uma frase fácil para cativar sócios: toda a gente sabe que um adepto se pauta sempre pela ideia de independência e auto-suficiência e, como tal soa bem ouvir isto. O problema é saber com que dinheiro é que se paga aos jogadores e demais funcionários do clube ao fim do mês. A. Mendes diz que estes empréstimos se devem ao total fracasso das anteriores direcções. Está enganado. É certo que houve anteriores direcções muito más (falarei disso mais à frente), mas o principal motivo do nosso endividamento foi a construção do estádio e da academia de Alcochete. E que eu tivesse dado conta nenhum dos actuais elementos desta candidatura apareceu na altura a dizer para não se fazerem essas obras porque elas implicavam a constituição de avultadas dívidas à banca. A grande maioria dos sportinguistas achou muito bem que se tivessem feito estes investimentos em infra-estruturas. Ainda acerca da questão financeira, veja-se como uma proposta - má, digo eu – redundou numa desautorização pública do candidato: como alternativa à venda de algum património não desportivo que, parece, tanto orgulho causa em alguns sócios, A. Mendes propõe que o clube contraia um empréstimo à banca no valor de 20 milhões de euros. Pondo de parte a contradição que é uma direcção que quer “tirar o clube das mãos das instituições bancárias” ir contrair mais um empréstimo, ou seja, mais uma despesa ao fim do mês, porque é isso que qualquer empréstimo significa, A. Mendes pediu uma reunião com um banco e veio logo para os meios de comunicação dizer que já tinha garantido o tal empréstimo. A desautorização deu-se quando um administrador, Alípio Dias, veio dizer que não se tratou de nada disso e que, como representante do banco, apenas disse aquilo que diz a outros parceiros deste tipo de empréstimos: que um acordo, financeiro tal como qualquer outro, pode sempre ser alterado desde que haja acordo das partes. A. Mendes pensou que os sócios do SPORTING iam ficar impressionados ao vê-lo sair a porta do banco e dizer: “está tratado”. Os sócios do SPORTING sabem que não é assim. Porque os sócios do SPORTING têm contas, vão aos bancos, pagam a prestação da casa, etc. Resumindo: A. Mendes diz que não vende património e que não quer estar dependente dos bancos. Só não diz é onde é que pretende ir buscar o dinheiro. Mas há mais. A. Mendes avança com a seguinte medida: “Fazer crescer as receitas em 70%”. Isto sem nenhuma sustentação. Disse 70% mas podia ter dito 150%. Como não diz a maneira de isso se fazer, qualquer número serve. Frases destas qualquer um é capaz de escrever 50. A questão não é o QUE SE QUER FAZER. Porque aí queremos todos o mesmo: um grande clube, em todos os aspectos. A questão é COMO SE VAI FAZER. Umas eleições servem para se dizer como é que se pretende cumprir um programa. Para que os sócios possam optar. Fico com a sensação que os sócios do SPORTING, assim, não estão perante uma alternativa. Estão apenas perante um vago projecto de intenções não especificadas, pontuado por muitos ressabiamentos e quezílias pessoais. Vamos ao futebol. Acaba por ser menos demorado porque, curiosamente, sobre este aspecto, A. Mendes vai dizendo muito pouco. Para este candidato: ”O FUTEBOL merecerá um empenhamento cuidado e responsável, com Sportinguistas especializados no seu comando, liderados pelo Presidente, Dr. Juiz Abrantes Mendes, de modo a sermos nós a gerir o nosso destino e não a entregá-lo a quem está ao serviço de interesses que lesam o Sporting!” Ou seja, parece que tudo se resume a um empenhamento "cuidado" e "responsável". Se esta é a única coisa que é capaz de dizer acerca do futebol, estamos mesmo muito mal! A. Mendes já disse que planeia ser ele e um director desportivo (José Couceiro) a gerir o futebol. José Couceiro??? Aquele que já lá esteve e que tanto disparate fez? A. Mendes diz que vai cortar com a “gestão danosa” do passado… indo buscar um dos protagonistas dessa mesma gestão péssima a todos os níveis. Ou já se esqueceu do papel que J. Couceiro desempenhou no SPORTING? Teríamos o Carlão do chupa-chupa de volta? Quanto aos nomes que foram avançados, nesta candidatura há pessoas por quem tenho estima como Isabel Trigo de Mira, Manuel Fernandese Jordão por exemplo. Ainda assim o que vejo lá é uma data de espontâneos que dão o nome e a cara, nalguns casos, apenas para aparecerem a dizer que são candidatos a “qualquer coisa” no SPORTING. Acredito que haja pessoas bem intencionadas nesta candidatura. Mas há lá outros… daqueles que nós até pagávamos para não os vermos lá. A título de exemplo, o Oceano. Trata-se de um daqueles ex-jogadores nos quais eu não vislumbro muita mística sportinguista, o que quer que isso seja. Que valor acrescentado é que ele pode trazer para o SPORTING? Quer-se embrulhar a criatura com a capa da mística e do sportinguismo. Mas ninguém sabe que cargo é que ele é capaz de desempenhar com competência e conhecimento de causa. Mais um “director desportivo”? Pelo amor da santa (e eu que nem sou crente, vejam lá…). Até podia vir aqui avivar a memória de A. Mendes com alguns factos históricos como a sua passagem pelo SPORTING em finais da década de 80. Mas não quero recordar um dos momentos mais tristes da história do nosso clube (Jorge Gonçalves, lembram-se?). Espero apenas que A. Mendes, que tanto gosta de referir as administrações passadas, se lembre que ele também já lá esteve, e não deixou grande saudade. Esta candidatura preocupa-me. Personifica o populismo básico para cativar alguns descontentes. Como se o descontentamento – de certa forma legítimo, diga-se – se resolvesse com estes chavões populistas. Uma candidatura que não responde a nada do que é essencial para a resolução dos problemas do clube, é o que eu acho.
Soares Franco
Devo começar por dizer que não gostei deste avança-recua-talvez avance de Soares Franco. Mas também acho que não é o fim do mundo mudar de opinião. Já todos mudámos de opinião acerca de muitas coisas e ainda bem que assim é. Sempre fui um defensor da realização de eleições no clube. A administração de Dias da Cunha estava remendada e incapaz de dar conta das tarefas que lhe cabiam como, infelizmente, tivemos oportunidade de verificar. Soares Franco não seria, à partida, a pessoa que eu indicaria para a candidatura ao cargo. Mas foi ele que se candidatou e constituiu uma lista com a qual somos confrontados. Por isso, é essa que temos que analisar. Aquilo que S. Franco apresenta como “Pilares do Projecto” são basicamente ideias que apostam na continuidade, mas com algumas inevitáveis mudanças. No plano económico / financeiro as coisas não diferem muito. O clube está endividado. Esse foi o preço a pagar pelas mudanças de infra-estruturas em que se envolveu. Eu acho essas mudanças importantes (estádio e academia) e, como tal, aceito que esse preço tenha que ser pago: temos que recorrer a parcerias financeiras com a banca porque o clube não tem capacidade de as suportar por si. Mas gostava que a gestão que S. Franco propõe fosse mais rigorosa do que aquela que tivemos até agora. Entendo que não há, nem nunca devia ter havido, lugar à criação de tanta empresa no grupo SPORTING, com tanto administrador e demais funcionários. Esse erro não pode voltar a ser cometido. Tal como não se pode voltar a cometer o erro de, para a área do futebol, por exemplo, se fazer tanta escolha mal feita: Fernando Santos, José Peseiro; Paulo de Andrade, Rui Meireles e mais alguns, foram péssimas escolhas que, cada um à sua maneira e com a sua contribuição específica, se traduziram em maus resultados desportivos e consequentemente económicos. Não se pode falhar duas vezes seguidas na contratação de treinador; não há estrutura que aguente. E não se pode contratar um administrador profissional para o futebol que, passados uns meses, se percebe que não está preparado para desempenhar esse cargo. Espero que S. Franco pense bem no que se passou porque há falhas que não se podem voltar a repetir. Das ideias que S. Franco apresenta para a questão económica / financeira concordo com a alienação de algum património não-desportivo, como já tive oportunidade de referir noutras ocasiões. Também acho que se deve tentar expandir o nº de sócios e a dinamização da área do marketing e apoio de sponsors, mas não tenho a veleidade de achar, como G. Lemos e A. Mendes que isso basta para resolver os problemas financeiros do clube. O equilíbrio financeiro do clube só se faz com uma equipa competitiva que ganhe algumas das provas em que participa: esse é o melhor marketing que pode haver. Nenhuma campanha de sócios angaria tantos como o facto de o clube vencer um campeonato. Nenhuma campanha de marketing faz vender tantas camisolas como o facto de termos um goleador como Jardel. O marketing no futebol não funciona do mesmo modo que em outras áreas. E há pretensos gestores e candidatos a gestores que ainda não entenderam isso. Isso é que é a mística. E a mística não se preserva por decreto assinado num folheto de campanha eleitoral. A mística constrói-se com vitórias. No que diz respeito ao papel dos sócios, acho que S. Franco deve apostar em fazer mais do que até aqui foi feito. Aos sócios deve ser dada importância no modo como eles participam na vida do clube. A este respeito temos que arrepiar caminho porque o que foi feito nos últimos anos foi muito mau. Quanto ao ecletismo, entendo que o clube o deve manter por ser vital para a solidificação da ideia do SPORTING como o melhor clube português e um dos melhores do mundo. Acho que isso deve passar pela dinamização de parcerias com o mundo empresarial. Assim sendo acho que devemos ser cautelosos na introdução de mais modalidades. Mais vale preservar aquelas que já temos (andebol e atletismo, por exemplo) do que estar a introduzir modalidades que daqui por três anos fecham sem ganhar nada e com ordenados em atraso. Também quero que o SPORTING volte a ter outras modalidades. Prefiro que esses passos sejam dados com cautelas de modo a que não se falhe. No que diz respeito às pessoas, devo dizer que a lista de S. Franco é a que engloba aqueles que eu acho os mais capazes para a tarefa que se avizinha. Destaco apenas Miguel Ribeiro Telles e José Eduardo Bettencourt porque são dirigentes em quem deposito esperança na espinhosa missão que é gerir o maior clube português: o nosso SPORTING.
Vou votar em S. Franco. E voto porque entendo que esta é, de todas, a lista que apresenta as melhores ideias, que as sustenta melhor e que indica as pessoas mais capazes de as concretizar. Faço isto em nome do SPORTING. Prolifera por aí uma onda que consiste em fazer crer que quem apoia S. Franco tem um qualquer interesse escondido, ao passo que os apoiantes das outras listas é que são os “sérios” e “abnegados”. Não acredito neste tipo de visões maniqueístas. Sou sócio e accionista da SAD e é o SPORTING que eu defendo e defenderei.
VIVA O SPORTING! SEMPRE!
Aguardei alguns dias até que os anunciados candidatos formalizassem as suas candidaturas. Deste modo pretendo referir-me aqui às ideias e objectivos anunciados pelos candidatos em vez de comentar intenções dispersamente atiradas para os meios de comunicação. Tomo como fonte as informações referidas pelas respectivas candidaturas.
Guilherme Lemos
Não conheço muito bem este candidato; sei que já foi dirigente do Estrela da Amadora e pouco mais. Nem sequer tinha ideia dele como pessoa tão interessada pelos destinos do SPORTING. E nisso não há mal nenhum. O que para mim é problema é aquilo que G. Lemos vem dizendo. O prospecto distribuído pela sua candidatura não é esclarecedor acerca do que ali está em causa. Começa logo por incorrer no erro de não ser minimamente claro: confunde diagnósticos com soluções e fala em projectos (conceito que não é o meu preferido) em vez de objectivos (o que eu gostava mais que os candidatos utilizassem). No que respeita a medidas concretas que G. Lemos pretende concretizar é o vazio total: são referidas intenções difusas sem nenhuma sustentação em termos práticos. Capazes de serem ditas por qualquer sócio mas que, por serem de tal modo vagas não significam nada de concreto. “Devolver o SPORTING aos sócios”; “Um SPORTING universal que seja o orgulho de todos os sportinguistas” e “Fortalecer a mística do SPORTING” são frases de tal modo vagas que não indicam nada acerca do que seria a gestão do clube. E muito menos justificam uma candidatura à presidência do clube. Se não fosse assim qualquer sócio se candidatava porque qualquer sócio pretende “fortalecer a mística do SPORTING”, por exemplo. No que respeita ao item intitulado “Actividade Económica”, esta candidatura é de uma pobreza colossal. Aponta duas medidas para a solução deste problema: “Recuperação e fidelização dos sócios” e “Campanha de angariação de novos sócios junto da nossa juventude”. Custa-me a acreditar que G. Lemos seja tão ingénuo ao ponto de crer que a “actividade económica” do SPORTING tem o seu core business na admissão de sócios. Como candidato, G. Lemos devia saber que as quotizações não são financeiramente suficientes para a sustentabilidade de um clube como o SPORTING. Os problemas económicos e de tesouraria do SPORTING têm que ser resolvidos de outro modo. Se G. Lemos não percebeu isto então é porque não percebeu nada do que é a gestão de um clube com a dimensão do SPORTING. Eu também desejo que o SPORTING tenha mais sócios e fidelize aqueles que já possui; mas não estou à espera que 80 mil pagantes (o que seria um óptimo nº) seja panaceia para os nossos males. O incremento de sócios é positivo. Mas é para os ter no estádio, a comprar artigos do clube, a apoiar as várias equipas do clube, a participar nos órgãos de discussão do clube e a viverem o clube. Isto contribuirá para a questão económica, mas não é por si só a solução. Apontar estas medidas revela, para mim, que este candidato não tem mais ideia nenhuma acerca da sustentabilidade financeira do clube, o que é muito mau para um candidato a presidente. Nem sequer vou comentar tópicos soltos que aparecem no prospecto como “Símbolos do clube”; “Velhas glórias” e “Provedor do sócio”. Não passam de frases vagas a apelar a um certo sentimentalismo dos sócios mas que não querem dizer nada. Mas não me dispenso de comentar este: “Formar homens”. G. Lemos deve julgar que o SPORTING é a tropa e a Academia deve ser um misto de recruta com internato juvenil. Completamente errado. Dos jovens atletas fazem-se grandes atletas quando a estrutura que os forma é organizada e tem objectivos claros, não só a nível desportivo, coisa que eu não acredito que G. Lemos seja capaz de implementar. Quanto às pessoas que G. Lemos indica não tenho nada a dizer porque não as conheço (o que é capaz de não ser bom sinal). E não tenho muito mais a referir: isto é para mim uma candidatura para marcar posição, sobretudo nos meios de comunicação e não para vir a dirigir o clube. Espero que tenha uma votação baixíssima apenas para demonstrar que os sócios do SPORTING sabem o que querem. Se há 50 anos isto bastava para se ser candidato, hoje não. E ainda bem.
Abrantes Mendes
Para perceber o que esta candidatura tem para dizer socorri-me do site oficial. Dispenso-me de comentar outra vez a salgalhada que aquilo é: nem é bom lembrar. A candidatura de A. Mendes – sem querer, ou talvez não – incorre no mesmo erro de misturar diagnóstico com objectivos a concretizar. O que eu acho que acontece porque se pretende lançar confusão na cabeça dos sócios. Vejamos: que sentido é que faz colocar a frase “Connosco não haverá delegações em gente que só se tem aproveitado do Clube!” na lista de objectivos? Um objectivo não é aquilo que se pretende realizar? Que raio de objectivo é este? Vamos à questão financeira: começa logo com uma contradição. A. Mendes diz que “Com tudo o que foi referido, o Sporting está hoje nas mãos de instituições bancárias e de algumas pessoas que nada têm de sportinguistas mas que se têm servido da “marca“ Sporting para movimentar valores que o Clube não tem mas que vai ter de pagar!” e depois vem dizer que “Iremos falar com a Banca para conhecer quais são os compromissos assumidos pelo Clube, porque queremos encontrar as melhores soluções para os respeitar”. Em que é que ficamos? Vão retirar o clube das “mãos da banca” e depois de onde vem o dinheiro? A. Mendes devia saber que este tipo de declarações, embora no imediato satisfaçam os ouvidos de alguns sócios, são perigosas porque começam logo por colocar o clube numa posição de inferioridade com a banca com a qual tem que negociar. Diz que “retira o clube das mãos da banca” e anuncia como trunfo eleitoral a possibilidade de contratualizar mais um empréstimo bancário de 20 milhões de euros… Acho bom que se decida: ou sim ou sopas – ou será que acha uma coisa de manhã e outra à tarde? A não ser que A. Mendes rompa todos os acordos financeiros com os bancos e apareça com o dinheiro necessário. Se conseguir fazer isso, que patenteie imediatamente a fórmula porque há milhões por esse mundo fora que não se importavam nada de deixar de estar nas mãos dos bancos, continuando a ter casa, carro, dinheiro para sustentar a família e, se possível um extra para as férias. Isto para mim não passa de uma frase fácil para cativar sócios: toda a gente sabe que um adepto se pauta sempre pela ideia de independência e auto-suficiência e, como tal soa bem ouvir isto. O problema é saber com que dinheiro é que se paga aos jogadores e demais funcionários do clube ao fim do mês. A. Mendes diz que estes empréstimos se devem ao total fracasso das anteriores direcções. Está enganado. É certo que houve anteriores direcções muito más (falarei disso mais à frente), mas o principal motivo do nosso endividamento foi a construção do estádio e da academia de Alcochete. E que eu tivesse dado conta nenhum dos actuais elementos desta candidatura apareceu na altura a dizer para não se fazerem essas obras porque elas implicavam a constituição de avultadas dívidas à banca. A grande maioria dos sportinguistas achou muito bem que se tivessem feito estes investimentos em infra-estruturas. Ainda acerca da questão financeira, veja-se como uma proposta - má, digo eu – redundou numa desautorização pública do candidato: como alternativa à venda de algum património não desportivo que, parece, tanto orgulho causa em alguns sócios, A. Mendes propõe que o clube contraia um empréstimo à banca no valor de 20 milhões de euros. Pondo de parte a contradição que é uma direcção que quer “tirar o clube das mãos das instituições bancárias” ir contrair mais um empréstimo, ou seja, mais uma despesa ao fim do mês, porque é isso que qualquer empréstimo significa, A. Mendes pediu uma reunião com um banco e veio logo para os meios de comunicação dizer que já tinha garantido o tal empréstimo. A desautorização deu-se quando um administrador, Alípio Dias, veio dizer que não se tratou de nada disso e que, como representante do banco, apenas disse aquilo que diz a outros parceiros deste tipo de empréstimos: que um acordo, financeiro tal como qualquer outro, pode sempre ser alterado desde que haja acordo das partes. A. Mendes pensou que os sócios do SPORTING iam ficar impressionados ao vê-lo sair a porta do banco e dizer: “está tratado”. Os sócios do SPORTING sabem que não é assim. Porque os sócios do SPORTING têm contas, vão aos bancos, pagam a prestação da casa, etc. Resumindo: A. Mendes diz que não vende património e que não quer estar dependente dos bancos. Só não diz é onde é que pretende ir buscar o dinheiro. Mas há mais. A. Mendes avança com a seguinte medida: “Fazer crescer as receitas em 70%”. Isto sem nenhuma sustentação. Disse 70% mas podia ter dito 150%. Como não diz a maneira de isso se fazer, qualquer número serve. Frases destas qualquer um é capaz de escrever 50. A questão não é o QUE SE QUER FAZER. Porque aí queremos todos o mesmo: um grande clube, em todos os aspectos. A questão é COMO SE VAI FAZER. Umas eleições servem para se dizer como é que se pretende cumprir um programa. Para que os sócios possam optar. Fico com a sensação que os sócios do SPORTING, assim, não estão perante uma alternativa. Estão apenas perante um vago projecto de intenções não especificadas, pontuado por muitos ressabiamentos e quezílias pessoais. Vamos ao futebol. Acaba por ser menos demorado porque, curiosamente, sobre este aspecto, A. Mendes vai dizendo muito pouco. Para este candidato: ”O FUTEBOL merecerá um empenhamento cuidado e responsável, com Sportinguistas especializados no seu comando, liderados pelo Presidente, Dr. Juiz Abrantes Mendes, de modo a sermos nós a gerir o nosso destino e não a entregá-lo a quem está ao serviço de interesses que lesam o Sporting!” Ou seja, parece que tudo se resume a um empenhamento "cuidado" e "responsável". Se esta é a única coisa que é capaz de dizer acerca do futebol, estamos mesmo muito mal! A. Mendes já disse que planeia ser ele e um director desportivo (José Couceiro) a gerir o futebol. José Couceiro??? Aquele que já lá esteve e que tanto disparate fez? A. Mendes diz que vai cortar com a “gestão danosa” do passado… indo buscar um dos protagonistas dessa mesma gestão péssima a todos os níveis. Ou já se esqueceu do papel que J. Couceiro desempenhou no SPORTING? Teríamos o Carlão do chupa-chupa de volta? Quanto aos nomes que foram avançados, nesta candidatura há pessoas por quem tenho estima como Isabel Trigo de Mira, Manuel Fernandese Jordão por exemplo. Ainda assim o que vejo lá é uma data de espontâneos que dão o nome e a cara, nalguns casos, apenas para aparecerem a dizer que são candidatos a “qualquer coisa” no SPORTING. Acredito que haja pessoas bem intencionadas nesta candidatura. Mas há lá outros… daqueles que nós até pagávamos para não os vermos lá. A título de exemplo, o Oceano. Trata-se de um daqueles ex-jogadores nos quais eu não vislumbro muita mística sportinguista, o que quer que isso seja. Que valor acrescentado é que ele pode trazer para o SPORTING? Quer-se embrulhar a criatura com a capa da mística e do sportinguismo. Mas ninguém sabe que cargo é que ele é capaz de desempenhar com competência e conhecimento de causa. Mais um “director desportivo”? Pelo amor da santa (e eu que nem sou crente, vejam lá…). Até podia vir aqui avivar a memória de A. Mendes com alguns factos históricos como a sua passagem pelo SPORTING em finais da década de 80. Mas não quero recordar um dos momentos mais tristes da história do nosso clube (Jorge Gonçalves, lembram-se?). Espero apenas que A. Mendes, que tanto gosta de referir as administrações passadas, se lembre que ele também já lá esteve, e não deixou grande saudade. Esta candidatura preocupa-me. Personifica o populismo básico para cativar alguns descontentes. Como se o descontentamento – de certa forma legítimo, diga-se – se resolvesse com estes chavões populistas. Uma candidatura que não responde a nada do que é essencial para a resolução dos problemas do clube, é o que eu acho.
Soares Franco
Devo começar por dizer que não gostei deste avança-recua-talvez avance de Soares Franco. Mas também acho que não é o fim do mundo mudar de opinião. Já todos mudámos de opinião acerca de muitas coisas e ainda bem que assim é. Sempre fui um defensor da realização de eleições no clube. A administração de Dias da Cunha estava remendada e incapaz de dar conta das tarefas que lhe cabiam como, infelizmente, tivemos oportunidade de verificar. Soares Franco não seria, à partida, a pessoa que eu indicaria para a candidatura ao cargo. Mas foi ele que se candidatou e constituiu uma lista com a qual somos confrontados. Por isso, é essa que temos que analisar. Aquilo que S. Franco apresenta como “Pilares do Projecto” são basicamente ideias que apostam na continuidade, mas com algumas inevitáveis mudanças. No plano económico / financeiro as coisas não diferem muito. O clube está endividado. Esse foi o preço a pagar pelas mudanças de infra-estruturas em que se envolveu. Eu acho essas mudanças importantes (estádio e academia) e, como tal, aceito que esse preço tenha que ser pago: temos que recorrer a parcerias financeiras com a banca porque o clube não tem capacidade de as suportar por si. Mas gostava que a gestão que S. Franco propõe fosse mais rigorosa do que aquela que tivemos até agora. Entendo que não há, nem nunca devia ter havido, lugar à criação de tanta empresa no grupo SPORTING, com tanto administrador e demais funcionários. Esse erro não pode voltar a ser cometido. Tal como não se pode voltar a cometer o erro de, para a área do futebol, por exemplo, se fazer tanta escolha mal feita: Fernando Santos, José Peseiro; Paulo de Andrade, Rui Meireles e mais alguns, foram péssimas escolhas que, cada um à sua maneira e com a sua contribuição específica, se traduziram em maus resultados desportivos e consequentemente económicos. Não se pode falhar duas vezes seguidas na contratação de treinador; não há estrutura que aguente. E não se pode contratar um administrador profissional para o futebol que, passados uns meses, se percebe que não está preparado para desempenhar esse cargo. Espero que S. Franco pense bem no que se passou porque há falhas que não se podem voltar a repetir. Das ideias que S. Franco apresenta para a questão económica / financeira concordo com a alienação de algum património não-desportivo, como já tive oportunidade de referir noutras ocasiões. Também acho que se deve tentar expandir o nº de sócios e a dinamização da área do marketing e apoio de sponsors, mas não tenho a veleidade de achar, como G. Lemos e A. Mendes que isso basta para resolver os problemas financeiros do clube. O equilíbrio financeiro do clube só se faz com uma equipa competitiva que ganhe algumas das provas em que participa: esse é o melhor marketing que pode haver. Nenhuma campanha de sócios angaria tantos como o facto de o clube vencer um campeonato. Nenhuma campanha de marketing faz vender tantas camisolas como o facto de termos um goleador como Jardel. O marketing no futebol não funciona do mesmo modo que em outras áreas. E há pretensos gestores e candidatos a gestores que ainda não entenderam isso. Isso é que é a mística. E a mística não se preserva por decreto assinado num folheto de campanha eleitoral. A mística constrói-se com vitórias. No que diz respeito ao papel dos sócios, acho que S. Franco deve apostar em fazer mais do que até aqui foi feito. Aos sócios deve ser dada importância no modo como eles participam na vida do clube. A este respeito temos que arrepiar caminho porque o que foi feito nos últimos anos foi muito mau. Quanto ao ecletismo, entendo que o clube o deve manter por ser vital para a solidificação da ideia do SPORTING como o melhor clube português e um dos melhores do mundo. Acho que isso deve passar pela dinamização de parcerias com o mundo empresarial. Assim sendo acho que devemos ser cautelosos na introdução de mais modalidades. Mais vale preservar aquelas que já temos (andebol e atletismo, por exemplo) do que estar a introduzir modalidades que daqui por três anos fecham sem ganhar nada e com ordenados em atraso. Também quero que o SPORTING volte a ter outras modalidades. Prefiro que esses passos sejam dados com cautelas de modo a que não se falhe. No que diz respeito às pessoas, devo dizer que a lista de S. Franco é a que engloba aqueles que eu acho os mais capazes para a tarefa que se avizinha. Destaco apenas Miguel Ribeiro Telles e José Eduardo Bettencourt porque são dirigentes em quem deposito esperança na espinhosa missão que é gerir o maior clube português: o nosso SPORTING.
Vou votar em S. Franco. E voto porque entendo que esta é, de todas, a lista que apresenta as melhores ideias, que as sustenta melhor e que indica as pessoas mais capazes de as concretizar. Faço isto em nome do SPORTING. Prolifera por aí uma onda que consiste em fazer crer que quem apoia S. Franco tem um qualquer interesse escondido, ao passo que os apoiantes das outras listas é que são os “sérios” e “abnegados”. Não acredito neste tipo de visões maniqueístas. Sou sócio e accionista da SAD e é o SPORTING que eu defendo e defenderei.
VIVA O SPORTING! SEMPRE!
Friday, April 21, 2006
Agradecimento público pelo elogio
O único homem que já sabe que o processo Apito Dourado não é nada, deve ter perdido o juízo e resolveu elogiar o SPORTING no seu sermão semanal. A pérola merece transcrição:
"(...) tendo desde há vários anos deixado de frequentar Alvalade — que considero o pior ambiente para poder viver um jogo de futebol, com um público doente de facciosismo como em lado algum - era pacífica a decisão de ver o jogo através da televisão."
Obrigado MST. Não é todos os dias que podemos ler coisas tão bonitas sobre o nosso clube.
O único homem que já sabe que o processo Apito Dourado não é nada, deve ter perdido o juízo e resolveu elogiar o SPORTING no seu sermão semanal. A pérola merece transcrição:
"(...) tendo desde há vários anos deixado de frequentar Alvalade — que considero o pior ambiente para poder viver um jogo de futebol, com um público doente de facciosismo como em lado algum - era pacífica a decisão de ver o jogo através da televisão."
Obrigado MST. Não é todos os dias que podemos ler coisas tão bonitas sobre o nosso clube.
Thursday, April 20, 2006
De fugir
Sobre as ideias de Abrantes Mendes, e dos outros candidatos, direi qualquer coisa na próxima semana.
Mas não posso deixar de alertar para o site (que parece que é oficial) do candidato. Um atentado aos nossos olhos. Só falta um GIF animado com o candidato a rir-se. Uma coisa é certa: se o tal «projecto» para o SPORTING que Abrantes Mendes tem, estiver ao nível do web design do site... estamos conversados.
P.S.: Se se provar que o tal site foi feito por alguém a querer gozar com Abrantes Mendes, eu até apago este post.
Sobre as ideias de Abrantes Mendes, e dos outros candidatos, direi qualquer coisa na próxima semana.
Mas não posso deixar de alertar para o site (que parece que é oficial) do candidato. Um atentado aos nossos olhos. Só falta um GIF animado com o candidato a rir-se. Uma coisa é certa: se o tal «projecto» para o SPORTING que Abrantes Mendes tem, estiver ao nível do web design do site... estamos conversados.
P.S.: Se se provar que o tal site foi feito por alguém a querer gozar com Abrantes Mendes, eu até apago este post.
«Os superiores interesses do SPORTING»
Dias da Cunha gostava de, por tudo e por nada, justificar as suas decisões e as suas teimosias com o argumento dos «superiores interesses do SPORTING».
Para os que acreditavam nele não deve deixar de causar estranheza esta sua última atitude de proximidade com o clube do galinheiro. Dias da Cunha, que já não é dirigente do SPORTING, e está «afastado do dirigismo desportivo», segundo o que ele disse, resolveu recuperar um patético acordo com o clube galináceo. E faz isto apenas para «provocar» Soares Franco e todos aqueles que acharam que Dias da Cunha devia sair da direcção do SPORTING. Numa altura em que se fala de uma possível união SPORTING - Porto para uma candidatura à Liga - boa ou má, não é o que está em causa - Dias da Cunha resolve fazer uma pausa no seu fastamento do dirigismo do futebol para se ir aliar a um dos indivíduos que mais poder de manipulação tem sobre os orgãos do futebol em geral e a arbitragem em particular. Dias da Cunha faz isto apenas por uma motivação pessoal apontada contra Soares Franco.
Assim se vê o lugar em que este cavalheiro coloca os «superiores interesses do SPORTING», que tanto gosta de apregoar.
E assim se vê a quem o clube esteve entregue durante uns tempos.
Dias da Cunha gostava de, por tudo e por nada, justificar as suas decisões e as suas teimosias com o argumento dos «superiores interesses do SPORTING».
Para os que acreditavam nele não deve deixar de causar estranheza esta sua última atitude de proximidade com o clube do galinheiro. Dias da Cunha, que já não é dirigente do SPORTING, e está «afastado do dirigismo desportivo», segundo o que ele disse, resolveu recuperar um patético acordo com o clube galináceo. E faz isto apenas para «provocar» Soares Franco e todos aqueles que acharam que Dias da Cunha devia sair da direcção do SPORTING. Numa altura em que se fala de uma possível união SPORTING - Porto para uma candidatura à Liga - boa ou má, não é o que está em causa - Dias da Cunha resolve fazer uma pausa no seu fastamento do dirigismo do futebol para se ir aliar a um dos indivíduos que mais poder de manipulação tem sobre os orgãos do futebol em geral e a arbitragem em particular. Dias da Cunha faz isto apenas por uma motivação pessoal apontada contra Soares Franco.
Assim se vê o lugar em que este cavalheiro coloca os «superiores interesses do SPORTING», que tanto gosta de apregoar.
E assim se vê a quem o clube esteve entregue durante uns tempos.
Monday, April 17, 2006
Wednesday, April 12, 2006
Achas para a fogueira
Se não se desse o caso de eu não gramar blogs com música - gosto de ser eu a escolher o que quero e quando quero ouvir.
E se não achasse uma foleirada insuportável essa cantiguinha do Freddy e da Montserrat, a esta hora já este blog estava a suscitar ainda mais «indignação» com os dois artistas a cantarolar.
Assim, poupam-se as consciências de uns quantos patrioteiros. Devem dormir mais descansados.
Se não se desse o caso de eu não gramar blogs com música - gosto de ser eu a escolher o que quero e quando quero ouvir.
E se não achasse uma foleirada insuportável essa cantiguinha do Freddy e da Montserrat, a esta hora já este blog estava a suscitar ainda mais «indignação» com os dois artistas a cantarolar.
Assim, poupam-se as consciências de uns quantos patrioteiros. Devem dormir mais descansados.
Tuesday, April 11, 2006
Altiparóbaile que eu também tenho opinião sobre o Chelsea
Este post é sobre rolhas.
Nos últimos tempos despertou um novo movimento na classe comentarística portuguesa: o estabelecimento do fim de Mourinho e do Chelsea do russo, tal como até agora eram conhecidos. Vai daí e a nata de opinantes que por cá anda tratou logo de «escalpelizar», como eles dizem, o anunciado drama. Claro que não perceberam que o Mourinho ainda vai ganhar, no Chelsea e não só, muito mais do que as suas cabecinhas conseguem imaginar, mas já lá vamos. Olhem bem para a galeria: Judite de Sousa; aquele bloquista que canta nos Blind Zero, cujo nome não sei nem me interessa; Jorge Gabriel; António Pedro Vasconcelos; Luís Campos; Gabriel Alves; Eurico Gomes e Leonor Pinhão são do melhor que se pode arranjar para falar de futebol, estamos todos de acordo. Recentemente, de uma maneira ou de outra, lá apareceram a falar de Mourinho e da sua vidinha. Enfim, opiniões de alto calibre. Sendo assim, sinto-me no dever de fazer contraponto com eles e postar aqui qualquer coisa que seja representativa do grupo dos que não entendem nada de bola e ao qual eu convictamente pertenço. Isto é tipo aquela cena do contraditório: os inteligentes opinam e nós, os burros, também temos que falar. Alguns chamam a isto «regras democráticas».
Vamos lá então. Uns têm falado do Mourinho porque ele perdeu com um golo marcado por um jogador – o Boa Morte - que já jogou no SPORTING. Até aí nada de mais; somos bons em todo o lado. Outros andam a falar na eliminatória perdida contra o Barcelona. Há até alguns que acreditam que o Manchester ainda pode apanhar o Chelsea. Muitos têm opinado por causa de um livro que uns tipos quaisquer escreveram sobre os segredos de balneário das equipas treinadas pelo Mourinho. Deixem-me introduzir aqui uma experiência pessoal importante. Quando eu jogava futebol – mal, claro – o segredo de balneário que intrigava toda a equipa era saber quem era o gajo que se estava sempre a peidar. Revelação do segredo: viemos mais tarde a saber que o autor das bombas silenciosas era o tipo que era sempre o primeiro a dizer: «quem foi o cabrão?». E para descobrirmos isso nem precisámos de escrever um livro. Mas pronto, o Mourinho é um gajo importante, tem que ter muitos livros sobre ele. No futebol, daqui para a frente, a importância das figuras vai ser medida pelo número de livros sobre si que já foram publicados. Vi outro dia um dos chefes dos Super Dragões dizer que «tinha sido muito boa a festa de lançamento do seu livro». Faço ideia: em Aveiras de Cima vamos às bebidas; na Mealhada o que é bom é orientar sandes de paio com alface, e por aí fora. Não brinquemos: a vida de um dirigente de claque deve ser interessantíssima e não deveria ficar pelo livro, devia dar filme. Mas retomemos o nosso nobre assunto: as rolhas. É claro que não é só em Inglaterra que há uma data de gajos a apanharem pedras do chão para acertarem no Mourinho quando ele estiver caído. Tal como aquele bandalho do Leiria fez ao João Moutinho: mandou-o ao chão para depois o poder pontapear, enfim, para se ser homem não basta usar calças. E o Mourinho sabe bem que há uma data de gajos a aguardar esse momento: basta que ele não ganhe um jogo e vem logo aquela conversa do «ah e tal, o Mourinho se calhar não é tão bom como dizem por aí».
Claro que o Mourinho não sabe tudo, ao contrário do que apregoavam os que agora começam a saltar da toca para o atacarem. O Mourinho até do Fernando Santos levou uma vez um baile de bola em Alvalade, o que lhe deu para desatar a rasgar uma camisola. Do mesmo modo que este ano já levou um baile de bola do Barcelona e tratou logo de reafirmar a sua costela de treinador tuga, invocando um árbitro como o culpado da sua derrota, derrota esta que se deveu apenas ao facto de o Barcelona ter melhores jogadores e ter jogado muito melhor.
E estamos então a chegar ao que interessa: a manichização do Chelsea. A ilustre paleta de comentadores que eu honradamente citei no início do meu post prefere falar de arrogância; fatos Armani; disciplina e declarações polémicas sempre que se refere a Mourinho. Mas eu, em total veneração pela sapiência infinita de tal paleta, gostava mesmo era de os ouvir falar, por exemplo, sobre as contratações do Chelsea, o tal clube que eles estão sempre a dizer que tem dinheiro para comprar todos e mais algum. É que nós, os burros da bola, achamos que a eliminação frente ao Barcelona não se deveu à expulsão do Del Horno mas sim ao facto de o Barcelona jogar muito melhor. E sobre este assunto concreto eu tenho a dizer que ofereço quinhentos paus, moeda antiga, a quem me explicar o que é que o Maniche está a fazer no Chelsea, em matéria de futebol, claro. É que ver aquele jogador a alinhar pelo Chelsea não cola: há ali qualquer coisa que não bate certo. Imaginem a seguinte situação: um baixote de penteado parolo, vestindo uma camisa Sacoor com as cores todas do arco-íris e um rato Mickey nas costas, com duas tatuagens em árabe que dizem «Amélia Gomes – I Love you Forever» e «O Tó Foi-me à Bilha» a sair de um Bentley... O que é que qualquer gajo diz logo: há qualquer coisa que não está ali a bater certo; alguém trocou o guião. Pois o Chelsea é isso mesmo: cada vez mais uma equipa incongruente que se vai aguentando à custa de quatro ou cinco jogadores extraordinários e de um treinador com bastantes conhecimentos de futebol. Mas também com muita malta sem o mínimo de classe para jogar numa equipa de topo inglesa. O que eu não sei é se esta estratégia ainda está para durar muito. Julgo que no fim desta época o Chelsea vai ter um autocarro de nove lugares para dispensar e mais uns milhões para gastar.
Mas o Mourinho já disse que o futebol não interessa nada quando comparado com a gripe das aves: o importante é ter aparecido um pássaro morto na Escócia, diz ele. A mim, os pássaros que aparecem mortos na Escócia não me interessam para nada. Mas partilho uma preocupação com Mourinho: as rolhas. Isso mesmo: R-O-L-H-A-S. Mourinho faz uma campanha, de borla, em defesa da rolha de cortiça. Eu estou com ele. Preocupa-me que 16% do mercado já seja de rolhas sintéticas, número com tendência para crescer. Eu também sou pela rolha natural, cortiça alentejana, de preferência. É que as rolhas de plástico dão cabo do vinho. Sobretudo se a garrafa ficar deitada com o vinho em contacto com o plástico. Isso afecta muito a qualidade do produto. Rigoroso como eu sou – nenhum dos que me lê duvida desta evidência – até a água do luso devia vir engarrafada com rolhas de cortiça, mesmo vindo em garrafas de plástico: o que conta é sempre o que tapa. Também não me venham falar daquelas rolhas feitas de restos de cortiça comprimidos, a chamada rolha técnica. Isso não é a mesma coisa. Rolha que é rolha tem que ser feita em cortiça genuína, alentejana, sete aninhos na árvore antes de ser arrancada. E isso é o que a malta lá fora tem que meter na cabeça. Tarefa difícil que só o Mourinho será capaz de empreender. Quem dá a titularidade do Chelsea a um jogador como o Maniche é capaz de convencer o mundo inteiro a comprar rolhas de cortiça, não tenhamos dúvidas.
Se o Mourinho for para o Milão, no final desta época, tudo bem. Os italianos produzem vinho e têm que perceber que rolhas só as portuguesas. Se for para o Real Madrid, vale o mesmo: a cortiça portuguesa é melhor do que a espanhola e os espanhóis precisam de saber isso.
Pronto. Eu, se fosse adepto do Chelsea, não me preocupava com o facto de ver um tal de Ribeiro, nome artístico: Maniche, a vestir a camisola da minha equipa. Preocupava-me com o pássaro que apareceu morto na Escócia. Como sou português, partilho o interesse por outro dos assuntos que interessam ao Mourinho: as rolhas de cortiça.
Este post é sobre rolhas.
Nos últimos tempos despertou um novo movimento na classe comentarística portuguesa: o estabelecimento do fim de Mourinho e do Chelsea do russo, tal como até agora eram conhecidos. Vai daí e a nata de opinantes que por cá anda tratou logo de «escalpelizar», como eles dizem, o anunciado drama. Claro que não perceberam que o Mourinho ainda vai ganhar, no Chelsea e não só, muito mais do que as suas cabecinhas conseguem imaginar, mas já lá vamos. Olhem bem para a galeria: Judite de Sousa; aquele bloquista que canta nos Blind Zero, cujo nome não sei nem me interessa; Jorge Gabriel; António Pedro Vasconcelos; Luís Campos; Gabriel Alves; Eurico Gomes e Leonor Pinhão são do melhor que se pode arranjar para falar de futebol, estamos todos de acordo. Recentemente, de uma maneira ou de outra, lá apareceram a falar de Mourinho e da sua vidinha. Enfim, opiniões de alto calibre. Sendo assim, sinto-me no dever de fazer contraponto com eles e postar aqui qualquer coisa que seja representativa do grupo dos que não entendem nada de bola e ao qual eu convictamente pertenço. Isto é tipo aquela cena do contraditório: os inteligentes opinam e nós, os burros, também temos que falar. Alguns chamam a isto «regras democráticas».
Vamos lá então. Uns têm falado do Mourinho porque ele perdeu com um golo marcado por um jogador – o Boa Morte - que já jogou no SPORTING. Até aí nada de mais; somos bons em todo o lado. Outros andam a falar na eliminatória perdida contra o Barcelona. Há até alguns que acreditam que o Manchester ainda pode apanhar o Chelsea. Muitos têm opinado por causa de um livro que uns tipos quaisquer escreveram sobre os segredos de balneário das equipas treinadas pelo Mourinho. Deixem-me introduzir aqui uma experiência pessoal importante. Quando eu jogava futebol – mal, claro – o segredo de balneário que intrigava toda a equipa era saber quem era o gajo que se estava sempre a peidar. Revelação do segredo: viemos mais tarde a saber que o autor das bombas silenciosas era o tipo que era sempre o primeiro a dizer: «quem foi o cabrão?». E para descobrirmos isso nem precisámos de escrever um livro. Mas pronto, o Mourinho é um gajo importante, tem que ter muitos livros sobre ele. No futebol, daqui para a frente, a importância das figuras vai ser medida pelo número de livros sobre si que já foram publicados. Vi outro dia um dos chefes dos Super Dragões dizer que «tinha sido muito boa a festa de lançamento do seu livro». Faço ideia: em Aveiras de Cima vamos às bebidas; na Mealhada o que é bom é orientar sandes de paio com alface, e por aí fora. Não brinquemos: a vida de um dirigente de claque deve ser interessantíssima e não deveria ficar pelo livro, devia dar filme. Mas retomemos o nosso nobre assunto: as rolhas. É claro que não é só em Inglaterra que há uma data de gajos a apanharem pedras do chão para acertarem no Mourinho quando ele estiver caído. Tal como aquele bandalho do Leiria fez ao João Moutinho: mandou-o ao chão para depois o poder pontapear, enfim, para se ser homem não basta usar calças. E o Mourinho sabe bem que há uma data de gajos a aguardar esse momento: basta que ele não ganhe um jogo e vem logo aquela conversa do «ah e tal, o Mourinho se calhar não é tão bom como dizem por aí».
Claro que o Mourinho não sabe tudo, ao contrário do que apregoavam os que agora começam a saltar da toca para o atacarem. O Mourinho até do Fernando Santos levou uma vez um baile de bola em Alvalade, o que lhe deu para desatar a rasgar uma camisola. Do mesmo modo que este ano já levou um baile de bola do Barcelona e tratou logo de reafirmar a sua costela de treinador tuga, invocando um árbitro como o culpado da sua derrota, derrota esta que se deveu apenas ao facto de o Barcelona ter melhores jogadores e ter jogado muito melhor.
E estamos então a chegar ao que interessa: a manichização do Chelsea. A ilustre paleta de comentadores que eu honradamente citei no início do meu post prefere falar de arrogância; fatos Armani; disciplina e declarações polémicas sempre que se refere a Mourinho. Mas eu, em total veneração pela sapiência infinita de tal paleta, gostava mesmo era de os ouvir falar, por exemplo, sobre as contratações do Chelsea, o tal clube que eles estão sempre a dizer que tem dinheiro para comprar todos e mais algum. É que nós, os burros da bola, achamos que a eliminação frente ao Barcelona não se deveu à expulsão do Del Horno mas sim ao facto de o Barcelona jogar muito melhor. E sobre este assunto concreto eu tenho a dizer que ofereço quinhentos paus, moeda antiga, a quem me explicar o que é que o Maniche está a fazer no Chelsea, em matéria de futebol, claro. É que ver aquele jogador a alinhar pelo Chelsea não cola: há ali qualquer coisa que não bate certo. Imaginem a seguinte situação: um baixote de penteado parolo, vestindo uma camisa Sacoor com as cores todas do arco-íris e um rato Mickey nas costas, com duas tatuagens em árabe que dizem «Amélia Gomes – I Love you Forever» e «O Tó Foi-me à Bilha» a sair de um Bentley... O que é que qualquer gajo diz logo: há qualquer coisa que não está ali a bater certo; alguém trocou o guião. Pois o Chelsea é isso mesmo: cada vez mais uma equipa incongruente que se vai aguentando à custa de quatro ou cinco jogadores extraordinários e de um treinador com bastantes conhecimentos de futebol. Mas também com muita malta sem o mínimo de classe para jogar numa equipa de topo inglesa. O que eu não sei é se esta estratégia ainda está para durar muito. Julgo que no fim desta época o Chelsea vai ter um autocarro de nove lugares para dispensar e mais uns milhões para gastar.
Mas o Mourinho já disse que o futebol não interessa nada quando comparado com a gripe das aves: o importante é ter aparecido um pássaro morto na Escócia, diz ele. A mim, os pássaros que aparecem mortos na Escócia não me interessam para nada. Mas partilho uma preocupação com Mourinho: as rolhas. Isso mesmo: R-O-L-H-A-S. Mourinho faz uma campanha, de borla, em defesa da rolha de cortiça. Eu estou com ele. Preocupa-me que 16% do mercado já seja de rolhas sintéticas, número com tendência para crescer. Eu também sou pela rolha natural, cortiça alentejana, de preferência. É que as rolhas de plástico dão cabo do vinho. Sobretudo se a garrafa ficar deitada com o vinho em contacto com o plástico. Isso afecta muito a qualidade do produto. Rigoroso como eu sou – nenhum dos que me lê duvida desta evidência – até a água do luso devia vir engarrafada com rolhas de cortiça, mesmo vindo em garrafas de plástico: o que conta é sempre o que tapa. Também não me venham falar daquelas rolhas feitas de restos de cortiça comprimidos, a chamada rolha técnica. Isso não é a mesma coisa. Rolha que é rolha tem que ser feita em cortiça genuína, alentejana, sete aninhos na árvore antes de ser arrancada. E isso é o que a malta lá fora tem que meter na cabeça. Tarefa difícil que só o Mourinho será capaz de empreender. Quem dá a titularidade do Chelsea a um jogador como o Maniche é capaz de convencer o mundo inteiro a comprar rolhas de cortiça, não tenhamos dúvidas.
Se o Mourinho for para o Milão, no final desta época, tudo bem. Os italianos produzem vinho e têm que perceber que rolhas só as portuguesas. Se for para o Real Madrid, vale o mesmo: a cortiça portuguesa é melhor do que a espanhola e os espanhóis precisam de saber isso.
Pronto. Eu, se fosse adepto do Chelsea, não me preocupava com o facto de ver um tal de Ribeiro, nome artístico: Maniche, a vestir a camisola da minha equipa. Preocupava-me com o pássaro que apareceu morto na Escócia. Como sou português, partilho o interesse por outro dos assuntos que interessam ao Mourinho: as rolhas de cortiça.
Monday, April 10, 2006
Ainda não acabou
Para a luta pelo título, era a vitória o que mais nos interessava. E não a conseguimos obter. Ainda assim, o 2º lugar tem o valor de permitir o acesso directo à Liga dos Campeões; e é por esse 2º lugar que devemos lutar até ao fim, não esquecendo que o 1º ainda não está matematicamente entregue.
Se olharmos com calma e algum distanciamento para o que foi esta época do SPORTING, facilmente constatamos que o 2º lugar, a 4 jornadas do fim, não é mau. Julgo que não será necessário avivar a memória de ninguém referindo que este campeonato começou com a equipa treinada por José Peseiro e o clube dirigido por Dias da Cunha, com este a supervisionar a gestão directa do futebol. Quem diria, depois do legado de Peseiro, que a equipa ainda iria recuperar desta maneira? Tal feito deve-se sobretudo a Paulo Bento e aos jogadores. A Paulo Bento porque acreditou que o trabalho rigoroso e a ousadia são valores que vale a pena cultivar. E aos jogadores porque, depois de Peseiro, arranjaram ânimo para começar de novo quando já se ia a meio: começar de novo é difícil no início, quanto mais a meio.
Não gostei do resultado: é claro que fui para o estádio a pensar que poderia ganhar. Mas devo dizer que saí de lá orgulhoso. Isto não tem nada que ver com essa treta das vitórias morais, que eu detesto e dispenso. Saí orgulhoso porque vi uma equipa a fazer o que lhe era permitido. E saí orgulhoso porque senti que houve muito mais SPORTING na equipa que perdeu contra o Porto do que nas equipas que a época passada perderam contra os do galinheiro e contra o CSKA de Moscovo.
Não conseguimos: paciência. Vamos pensar em melhorar o que falhou para que possamos conseguir da próxima vez.
Não posso, ainda assim, deixar de referir alguns aspectos do jogo propriamente dito. Gostava de saber porque é que nos últimos tempos tantos árbitros se lesionam na véspera de jogos importantes, sobretudo quando se está na recta final para as respectivas classificações.
Ainda a respeito de arbitragens gostava de saber se apitar por tudo e por nada e mostrar cartões a toda a hora faz parte das indicações da UEFA, ou se é apenas uma maneira de o árbitro se proteger a si dando cabo do jogo de futebol pelo qual devia zelar.
Também gostava de perceber se os «sumaríssimos» ainda existem, ou se já passaram de moda.
Gostava de saber se o SPORTING deve algum dinheiro ou outra coisa ao Quaresma: a sua atitude do «lixo-me a mim e à minha equipa mas rebento com as pernas de alguém» deve ter alguma explicação por trás. Se não tem, então é porque o rapaz é mesmo fraquinho de cabeça, o que eu até acho a explicação mais plausível.
Finalizo com uma especial saudação a Paulo Bento e aos jogadores: merecem o nosso apoio.
No próximo jogo lá estaremos... como sempre.
Para a luta pelo título, era a vitória o que mais nos interessava. E não a conseguimos obter. Ainda assim, o 2º lugar tem o valor de permitir o acesso directo à Liga dos Campeões; e é por esse 2º lugar que devemos lutar até ao fim, não esquecendo que o 1º ainda não está matematicamente entregue.
Se olharmos com calma e algum distanciamento para o que foi esta época do SPORTING, facilmente constatamos que o 2º lugar, a 4 jornadas do fim, não é mau. Julgo que não será necessário avivar a memória de ninguém referindo que este campeonato começou com a equipa treinada por José Peseiro e o clube dirigido por Dias da Cunha, com este a supervisionar a gestão directa do futebol. Quem diria, depois do legado de Peseiro, que a equipa ainda iria recuperar desta maneira? Tal feito deve-se sobretudo a Paulo Bento e aos jogadores. A Paulo Bento porque acreditou que o trabalho rigoroso e a ousadia são valores que vale a pena cultivar. E aos jogadores porque, depois de Peseiro, arranjaram ânimo para começar de novo quando já se ia a meio: começar de novo é difícil no início, quanto mais a meio.
Não gostei do resultado: é claro que fui para o estádio a pensar que poderia ganhar. Mas devo dizer que saí de lá orgulhoso. Isto não tem nada que ver com essa treta das vitórias morais, que eu detesto e dispenso. Saí orgulhoso porque vi uma equipa a fazer o que lhe era permitido. E saí orgulhoso porque senti que houve muito mais SPORTING na equipa que perdeu contra o Porto do que nas equipas que a época passada perderam contra os do galinheiro e contra o CSKA de Moscovo.
Não conseguimos: paciência. Vamos pensar em melhorar o que falhou para que possamos conseguir da próxima vez.
Não posso, ainda assim, deixar de referir alguns aspectos do jogo propriamente dito. Gostava de saber porque é que nos últimos tempos tantos árbitros se lesionam na véspera de jogos importantes, sobretudo quando se está na recta final para as respectivas classificações.
Ainda a respeito de arbitragens gostava de saber se apitar por tudo e por nada e mostrar cartões a toda a hora faz parte das indicações da UEFA, ou se é apenas uma maneira de o árbitro se proteger a si dando cabo do jogo de futebol pelo qual devia zelar.
Também gostava de perceber se os «sumaríssimos» ainda existem, ou se já passaram de moda.
Gostava de saber se o SPORTING deve algum dinheiro ou outra coisa ao Quaresma: a sua atitude do «lixo-me a mim e à minha equipa mas rebento com as pernas de alguém» deve ter alguma explicação por trás. Se não tem, então é porque o rapaz é mesmo fraquinho de cabeça, o que eu até acho a explicação mais plausível.
Finalizo com uma especial saudação a Paulo Bento e aos jogadores: merecem o nosso apoio.
No próximo jogo lá estaremos... como sempre.
Friday, April 07, 2006
Jornada importantíssima
A expectativa é grande porque o SPORTING - Porto deste sábado pode decidir o título. Percebo que reina muita esperança do nosso lado: acreditamos que podemos vencer mais um decisivo jogo. Olhando para trás, é bom constatar que tanta coisa mudou na nossa equipa. Mas nada está ganho e temos que lutar ao máximo pelo objectivo final. Sempre com o SPORTING.
A expectativa é grande porque o SPORTING - Porto deste sábado pode decidir o título. Percebo que reina muita esperança do nosso lado: acreditamos que podemos vencer mais um decisivo jogo. Olhando para trás, é bom constatar que tanta coisa mudou na nossa equipa. Mas nada está ganho e temos que lutar ao máximo pelo objectivo final. Sempre com o SPORTING.
Thursday, April 06, 2006
Wednesday, April 05, 2006
Dias Ferreira
À partida, acho positivo o facto de em período eleitoral surgirem várias candidaturas com ideias diferentes: isso não só dá mais possibilidade de escolha, como também permite que se refiram assuntos que, de outro modo, passariam ao lado. E assim sendo entendo como negativo que qualquer candidatura anunciada desista antes de ir a votos.
No caso concreto de Dias Ferreira, começava a ser cada vez mais claro que este candidato não estava a ser capaz de reunir um número mínimo de apoiantes, a ponto de nem sequer poder montar a logística da sua candidatura. Foi, para mim, surpreendente a forte assobiadela que o seu nome provocou quando foi referido na assembleia geral realizada há umas semanas atrás: eu até julgava que Dias Ferreira colhia mais simpatia por parte dos sócios.
Quanto à disputa eleitoral propriamente dita, este episódio vem apenas confirmar uma ideia que todos nós, sócios do SPORTING, temos vindo a perceber de uma forma cada vez mais evidente: ao contrário do que alguns tentam fazer crer, as propostas alternativas ao actual modus operandi de gestão do nosso clube não são assim tantas. Repito: a actual linha de orientação não é a única possível, mas nenhum de nós tem visto alternativas a ela. Uns candidatos desistem, outros não desistem mas vão adiando a apresentação dos seus «projectos», facto que eu considero muito estranho: como é que é possível apresentar uma candidatura e, na mesma hora, dizer que as ideias dessa mesma candidatura «só daqui a uns dias»?
Assim sendo, acho que o que se está a passar é a criação de um cenário que propicie a fácil vitória do tal «projecto de continuidade», qualquer que seja o candidato a presidente.
Já tenho ideias claras acerca da minha opção nas eleições. Só ainda não anunciei aqui a minha decisão porque estou à espera que todas as candidaturas formalizem as suas intenções. Mas pelo que se vai vendo, não há nada de novo no horizonte. Aguardemos serenamente.
À partida, acho positivo o facto de em período eleitoral surgirem várias candidaturas com ideias diferentes: isso não só dá mais possibilidade de escolha, como também permite que se refiram assuntos que, de outro modo, passariam ao lado. E assim sendo entendo como negativo que qualquer candidatura anunciada desista antes de ir a votos.
No caso concreto de Dias Ferreira, começava a ser cada vez mais claro que este candidato não estava a ser capaz de reunir um número mínimo de apoiantes, a ponto de nem sequer poder montar a logística da sua candidatura. Foi, para mim, surpreendente a forte assobiadela que o seu nome provocou quando foi referido na assembleia geral realizada há umas semanas atrás: eu até julgava que Dias Ferreira colhia mais simpatia por parte dos sócios.
Quanto à disputa eleitoral propriamente dita, este episódio vem apenas confirmar uma ideia que todos nós, sócios do SPORTING, temos vindo a perceber de uma forma cada vez mais evidente: ao contrário do que alguns tentam fazer crer, as propostas alternativas ao actual modus operandi de gestão do nosso clube não são assim tantas. Repito: a actual linha de orientação não é a única possível, mas nenhum de nós tem visto alternativas a ela. Uns candidatos desistem, outros não desistem mas vão adiando a apresentação dos seus «projectos», facto que eu considero muito estranho: como é que é possível apresentar uma candidatura e, na mesma hora, dizer que as ideias dessa mesma candidatura «só daqui a uns dias»?
Assim sendo, acho que o que se está a passar é a criação de um cenário que propicie a fácil vitória do tal «projecto de continuidade», qualquer que seja o candidato a presidente.
Já tenho ideias claras acerca da minha opção nas eleições. Só ainda não anunciei aqui a minha decisão porque estou à espera que todas as candidaturas formalizem as suas intenções. Mas pelo que se vai vendo, não há nada de novo no horizonte. Aguardemos serenamente.
Tuesday, April 04, 2006
Medo
Somos mesmo muito bons: qualquer borra-botas julga que tem opinião sobre nós. E mais, o que um sportinguista tem que fazer, antes de convidar alguém para vir a sua casa, é saber a opinião de um pneumático qualquer.
Em matéria de coerência não há quem os ultrapasse.
Somos mesmo muito bons: qualquer borra-botas julga que tem opinião sobre nós. E mais, o que um sportinguista tem que fazer, antes de convidar alguém para vir a sua casa, é saber a opinião de um pneumático qualquer.
Em matéria de coerência não há quem os ultrapasse.
Monday, April 03, 2006
Vamos lá então falar de penáltis
Desde 4ª feira que os adeptos de um determinado clube não fazem mais nada se não queixarem-se a propósito de um penálti. Dizem eles que foram roubados e tentam fazer um drama nacional a propósito de uma corriqueira jogada sem consequências no essencial do jogo. À cabeça da campanha estão muitos jornalistas, daqueles que são pagos para fazerem um trabalho deontologicamente correcto.
E, nem de propósito, tivemos a oportunidade de ver o jogo de Belém para percebermos o que se passa em Portugal a respeito de grandes penalidades. Não é que haja nada de novo; já todos sabemos que para o clube do galinheiro há regras diferentes. A única coisa a destacar aqui é o facto de ter sido em dose tripla: 3 penáltis claros, a favor do Belenenses, que ficaram por assinalar. Traduzindo em pontos: o resultado sai completamente alterado pela prestação do árbitro. E para algumas televisões e jornais o facto nem sequer é digno de nota. Não sei se para esconder mais uma aldrabice de que o galinheiro beneficia, se para assentar mais um tijolo na patética teoria de que Pedro Henriques é um bom árbitro. Presumo que será um misto das duas. Ou seja: por um lado continua a valer a ideia de que para o clube do galinheiro as regras têm que ser diferentes para não se perturbar muito a nação encarnada que, coitadinha, tem andado muito desiludida nos últimos tempos; por outro lado temos o rídiculo que é a construção artificial da figura «Pedro Henriques»: uma campanha muito bem montada para nos fazerem crer que aquele é que é. Conhecem o género: reportagem televisiva com colegas a dizerem que ele é um exemplo de tudo o que há de melhor; estatísticas em jornais a debitarem uns números sobre a sua «imbatível» forma física e mais uns comentadores aqui e ali a dizerem também que ele é o máximo. E está o mito construído... apenas para alguns, claro. Porque basta ter um pouco de memória para nos lembrarmos que não é a primeira vez que Pedro Henriques faz números destes.
E que belo serviço que ele fez em Belém.
Desde 4ª feira que os adeptos de um determinado clube não fazem mais nada se não queixarem-se a propósito de um penálti. Dizem eles que foram roubados e tentam fazer um drama nacional a propósito de uma corriqueira jogada sem consequências no essencial do jogo. À cabeça da campanha estão muitos jornalistas, daqueles que são pagos para fazerem um trabalho deontologicamente correcto.
E, nem de propósito, tivemos a oportunidade de ver o jogo de Belém para percebermos o que se passa em Portugal a respeito de grandes penalidades. Não é que haja nada de novo; já todos sabemos que para o clube do galinheiro há regras diferentes. A única coisa a destacar aqui é o facto de ter sido em dose tripla: 3 penáltis claros, a favor do Belenenses, que ficaram por assinalar. Traduzindo em pontos: o resultado sai completamente alterado pela prestação do árbitro. E para algumas televisões e jornais o facto nem sequer é digno de nota. Não sei se para esconder mais uma aldrabice de que o galinheiro beneficia, se para assentar mais um tijolo na patética teoria de que Pedro Henriques é um bom árbitro. Presumo que será um misto das duas. Ou seja: por um lado continua a valer a ideia de que para o clube do galinheiro as regras têm que ser diferentes para não se perturbar muito a nação encarnada que, coitadinha, tem andado muito desiludida nos últimos tempos; por outro lado temos o rídiculo que é a construção artificial da figura «Pedro Henriques»: uma campanha muito bem montada para nos fazerem crer que aquele é que é. Conhecem o género: reportagem televisiva com colegas a dizerem que ele é um exemplo de tudo o que há de melhor; estatísticas em jornais a debitarem uns números sobre a sua «imbatível» forma física e mais uns comentadores aqui e ali a dizerem também que ele é o máximo. E está o mito construído... apenas para alguns, claro. Porque basta ter um pouco de memória para nos lembrarmos que não é a primeira vez que Pedro Henriques faz números destes.
E que belo serviço que ele fez em Belém.
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