Num grande mas muito pequenino
José Mourinho, a muitos quilómetros de distância, desatou a trocar insultos com um treinador português. Tal como em qualquer criancinha com a birra o motivo é irrelevante; o que importa é dar largas às frustrações e recalcamentos sempre que há um microfone por perto.
José Mourinho é um profissional competente e sabe de futebol, caso raro na maioria dos treinadores portugueses. Mas não é tão bom como julga que é. Tem aquele rídiculo defeito de se levar demasiado a sério, o que provoca sempre riso e escárnio em quem o vê nas suas recorrentes sessões de auto-elogio. Só alguém muito inseguro das suas qualidades é que precisa de estar constantemente a elogiar-se. E só alguém um pouco burro é que não vê que é patética a figura que fazem as pessoas quando estão insistentemente a falar de si. Não satisfeito em dar graxa a si próprio, volta e meia a criatura resolve implicar com os outros: SPORTING, Wenger, Fergusson, Carlos Queirós, Rijkaard, os árbitros, os dirigentes, enfim, todos os que legitimamente se lhe atravessam à frente acabam por ser prendados. O alvo depende do lado donde sopra o vento. Desta vez a sorte coube ao Jaime Pacheco. Passa pela cabeça de alguém ver o Roger Federer mandar piropos ao septuagésimo classificado do ranking ATP? Ou ver o Tiger Woods picar-se com um amador de handicap 32? Nada disso. Porque o Federer e o Tiger são mesmo grandes. Muito, muito bons como o Mourinho nunca vai ser, mesmo que ganhe cinco Champions de seguida. Esse sim, é o seu verdadeiro problema: falta-lhe algo para ser tão bom como os outros muito bons. Algo que não se compra nem se conquista. Algo que se tem ou não se tem: aura de campeão. Só que Mourinho é mais do estilo lavar – e rasgar – roupa suja. Deixemo-lo: o homem teria um grande desgosto se caísse na realidade.
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