Tuesday, April 26, 2005

Roubo

O que já era de esperar veio mesmo a acontecer: uma grande aldrabice com o único propósito de dar a vitória ao clube galináceo. Vitória esta que, jogando de igual para igual, dificilmente conseguiriam, uma vez que praticam um futebol do mais miserável que há na Superliga.
O esquema começou a ser montado com algumas semanas de antecedência. Era de ouro esta oportunidade de jogar com um adversário que poderia facilmente ser controlado porque é dirigido pelos mesmos que dirigem o galinhas. Nada foi deixado ao acaso: mudança ilegal do local de jogo; telefonemas nas vésperas a jogadores adversários; apoucamento e provocação da equipa técnica do Estoril e jornaleiros manipulados para argumentarem bacuradas no sentido de passar a ideia de que era «tudo perfeitamente normal», como diria o outro que já por lá treinou. A Liga tratou de dar o seu contributo, enterrando a cabeça na areia - não como fazem as cegonhas mas sim como fazem os cobardes - e tratou de nomear um árbitro mesmo à medida da «grande festança». Um daqueles árbitros que até descalço apitava pois a vontade era tanta... (arranjaram-lhe umas chinelas para o incómodo não ser muito grande). E lá começou a festa. 15 minutos de jogo e já todos tínhamos percebido como é ia ser até ao fim: ao mínimo toque de um jogador com outro lá estava o árbitro a apitar falta contra o Estoril. É assim muito mais fácil empurrar uma equipa para trás e dá muito menos nas vistas do que penalidades inventadas e golos anulados. E o Hélio mostrou como já aprendeu bem a cartilha. Foi também muito óbvio que iria ser extremamente difícil a tarefa do Estoril, pois estava a jogar contra catorze; 10 contra catorze, logo desde muito cedo.
Só que os representantes da «instituição» esqueceram-se de um pormenor importante: a equipa do Estoril é dirigida por bandalhos mas é constituída por jogadores dignos e treinada por uma equipa técnica honesta. Aí, a pandilha da «instituição» tratou de arrumar a questão dentro das possibilidades: expulsão de um treinador-adjunto e insultos e provocações ao intervalo e no fim do jogo. E pronto. Como disse o treinador do tal clube: «o importante era ganhar e conseguimos ganhar». Pois conseguiram. Só que também importa saber como é que o conseguiram fazer. E a esse respeito a única coisa que há a dizer é que este jogo se tratou de um caso de polícia. Do qual não se pode falar como simples espectáculo desportivo porque cedo se percebeu que as regras estavam viciadas. Por muito menos já houve gente a responder em tribunal e a ser condenada.
Enquanto tivermos um governo estrategicamente distraído a tutelar uma federação inoperante que deveria supervisionar uma Liga que é uma verdadeira balbúrdia administrativa, a instituição continuará a usufruir de todas as benesses que lhe poderem dar. É em períodos de confusão - como o que actualmente se vive na Liga em virtude do «apito dourado» - que estes chicos-espertos aproveitam para arrebatar o que for possível. A confusão como possibilidade de seguir em frente sempre foi motivo para estes carapaus-de-corrida. Tal e qual como aqueles que, por alturas de 1974, passaram de alunos do 2º ano da faculdade a finalistas com apenas uma cadeira por fazer: há quem saiba muito bem tirar dividendos da confusão.
Termino com uma palavra de apreço pelos jogadores do Estoril e pela sua equipa técnica que, perante as pessoas sérias deste país, ganharam muito mais do que 3 pontos. Aliás, mostraram possuir aquilo que dinheiro nenhum pode comporar: classe.

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